sexta-feira, 30 de maio de 2008

Regresso ao Futuro - O Apito Astral

Regresso ao Eldorado - Edição nº 28

Quando Sagitário conquistou pela 15ª vez consecutiva o primeiro lugar da tabela dos signos da Maya, a bomba astrológica estourou: Havia corrupção no mundo dos astros!
Resultados comprados, passagens aéreas para a Tailândia oferecidas a tarólogos e videntes, escutas telefónicas onde apareciam palavras de código como "aura cósmica" "fruta kármica" e "pizza de atum" sendo que estas últimas deviam-se a um tarólogo que, ao telefone, encomendava, de facto, uma pizza de atum.

Depois de muito se esforçarem para aparecer bem classificados, os nativos do signo Touro e Escorpião, há vários meses sem alcançar a primeira posição, resolveram apelar para o Conselho de Disciplina Astrológico, ameaçando impugnar o deveras importante campeonato horóscópico da Maya cujos dois primeiros lugares dão acesso à Liga dos Campeões de Luas e Marés, os dois seguintes à Taça dos Ascendentes e o vencedor da Poule Outono/Inverno - signos de 24/09 a 20/03 - ganham bilhetes para uma noite de folia no Budha Lisboa.

Até que foram mesmo provadas as ligações ilícitas entre tarólogos, videntes, pais de santo e curandeiros, e dirigentes de signos que eram sistematicamente beneficiados com os melhores resultados na tabela da astróloga com nome de desenho animado.
info: A 09 de Maio o FC Porto foi punido com a perda de seis pontos e o seu presidente, Pinto da Costa, suspenso por dois anos, enquanto o Boavista foi condenado à descida de divisão, no âmbito do processo Apito Final, sobre corrupção no futebol. Os castigos incidem também sobre a U.Leiria e alguns árbitros de futebol

Ao Sagitário foram retirados 23 pontos, enquanto Carneiro e Peixes desceram de divisão, sendo substituídos por Vitela e Carnes.
O presidente de Sagitário que, como se sabe, tem participação maioritária no Banif, vai recorrer desta decisão.
Carneiro retirou-se para as montanhas, enquanto os Peixes parecem prestes a decretar a falência do signo. Ainda agora os pescadores disseram que tão depressa não voltavam a sair para o mar, por causa do preço dos combustíveis e também porque a nova geração enjoa mais depressa, em especial os que usam tatuagens de flores nas nádegas.

O Apito Astral mudou a face da astrologia nacional, mundial, Algés e Cacém.
As leituras de búzios e pétalas de rosa são hoje efectuadas de modo mais profissional e até às ciganas de Sevilha que leem a sina é exigida a carteira profissional, que as próprias falsificam com amor, carinho e muito salero.
Restam as velhas bolas de cristal da Marinha Grande que este blogue coloca à disposição de leitores e amigos pela simbólica quantia de 99, 99 Euros.
Se for rápido a efectuar a encomenda, ainda vai a tempo de saber quais os números da sorte no Euromilhões de logo e também quem ganha a liderança do PSD amanhã, se bem que esta última seja mais complicada.

Segunda feira há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Era Uma Vez em... Lisboa III

Regresso ao Eldorado - Edição nº 27

Terreiro do Paço e vista geral, Lisboa, 1956
fonte cortesia Ana Vidal

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Museu dos Reclames # 02 - Restaurador Olex

Regresso ao Eldorado - Edição nº 26

"Um preto de cabeleira loira ou um branco de carapinha, não é natural".
Começava assim um dos mais populares anúncios dos anos 70, longe de imaginar que os anos 80 consagrariam o imenso artista popular Serafim Saudade e os anos 90 o futebolista Abel Xavier, também conhecido por Chewbacca ou Avô da Heidi.

E se hoje é comum homens e mulheres pintarem o cabelo até de azul à Wanda Stuart ou com uma madeixa verde à Maria José Valério, antes recorria-se a esse produto milagroso que era o Olex, o restaurador que se vendia nos Restauradores e um pouco por toda a parte.

O restaurador que se salpicava pelo couro cabeludo como se estivéssemos a temperar uma salada, ainda hoje se vende, sendo um produto da Couto S.A., a mesma da também mítica Pasta Medicinal Couto que andava na boca de toda a gente.
info: O anúncio retirado do YouTube é dos anos 70. O actual Restaurador Olex é vendido numa embalagem de 250 ml, envolta em cartonagem com folheto incluso e é comercializado pela Couto S.A., uma empresa que nasceu no Porto em 1918.

Em 2005, uma directiva comunitária proíbe o uso de acetato de chumbo na composição dos cosméticos, e surge o novo Restaurador Olex que se pode aplicar três a quatro vezes por semana, depois de lavar a cabecinha e secá-la bem com uma toalha ou um secador.

Diz a Couto - que bem poderia usar o gadelhudo futebolista Fernando Couto para publicitar os seus produtos - que o restaurador tem o mesmo efeito de pigmentação que a melanima e, digo eu, também parece ser capaz de atrair umas quantas melgas e gafanhotos, não sei.

Destaque final para outra das frase míticas do mítico anúncio que, em apenas14 segundos faz-nos sorrir mais do que todas as séries dos "Malucos do Riso", "Batanetes" e afins:
"O que é natural e fica bem é cada um usar o cabelo com que nasceu".

Está explicado porque é que alguns homens voltam a ser carequinhas como os Nenucos...

Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Era Uma Vez em... Castelo Branco

Regresso ao Eldorado - Edição nº 25

Largo da Sé, Castelo Branco, Anos 30
fonte http://castelobrancocidade.blogspot.com

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Anos 80 Revival - Stay On These Roads

Regresso ao Eldorado - Edição nº 24

Como continuo a querer cumprir o projecto de editar todas as semanas uma memória musical dos anos 80, recorrendo ao fantástico YouTube e às memórias opacas deste vosso ancião, chega hoje a vez dos A-ha, bastante elogiados pelas meninas à época.
E efectivamente estes gajos sempre me pareceram um pouco "bonecos", com evidentes capacidades para atrair o mulherio.

Sendo dos grupos que mais e melhores melodias pop deram a conhecer ao mundo nos eighties, é natural que passem por aqui mais alguns mega-hits destes noruegueses, como "Take on Me" e "The Sun Always Shines on TV".
Mas hoje é a vez deste "Stay On These Roads", que em português pode ser traduzido para "Aguenta-te nas Canetas".

Estávamos em 1988, aqui o palhacito tinha 17 anos e podia ser caracterizado como um adolescente introvertido a viver de paixões platónicas sempre, mas sempre, pela miúda mais gira e jeitosa da turma, empreitada mais que hercúlea para quem pouco ou nenhum charme tinha para mandar aos olhos das mais incautas.
Hoje não, as coisas são diferentes nesta área, senão olhem para mim a piscar o olho e a lamber os beiços... Irresistível, eu sei.

info: Os noruegueses A-ha foram formados em 1982 por Morten Harket, Paul Waaktaar-Savoy e Magne Furuholmen. O nome A-ha quer dizer isso mesmo, um "é isto!" utilizado em quase toda a parte do planeta. Ainda mexem, editaram um álbum em 2005 e ainda pensam em não ficar por aqui.


Os fulanos que deixaram a terra dos fiordes para singrar no mundo da música também se ajeitavam muito bem. E, há que escrevê-lo, sabiam como poucos elevar a música pop à condição de artigo de luxo.
É o caso do tema que aparece aqui em cima.

Nas imagens, além da habitual colecção de bonecos noruegueses a fazer olhinhos para a câmera, veem-se motas a derrapar na neve, uma bela alegoria ao estado em que se encontram os pneus do meu velho Saxo, a desfazerem-se literalmente, sendo cada vez mais difícil "Stay on These Roads".

Com os meus parcos rendimentos só poderei comprar um pneu de cada vez, ou até apenas um pipo de cada vez, a menos que o Fernando Mendes me dispense alguns dos seus, que já sei não serem Goodyear nem Michelin, mas apenas Solar dos Presuntos.

Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Era Uma Vez em... Portalegre

Regresso ao Eldorado - Edição nº 23

Jardim do Tarro, Portalegre, data desconhecida
fonte http://emportalegrecidadev0.blogspot.com

terça-feira, 27 de maio de 2008

Momentos de Glória - Nuno, 30 Anos

Regresso ao Eldorado - Edição nº 22

Quando o fedelho que aparece na fotografia aí de baixo com um fato espacial nasceu já eu tinha feito sete anos. Já sabia ler e escrever algumas coisas, assim como tirar macacos do nariz com arte e requinte, algo que mantenho até hoje.
Só para que sejam enumeradas algumas das qualidades que tinha já adquirido, antes deste tipo aparecer.

Reza a lenda que ele foi a prenda de anos que eu escolhi para o meu sétimo aniversário, mas tendo eu nascido a 21 e ele só a 27, convém relembrar pela enésima vez que a dita prenda chegou atrasada seis dias.
Pior do que isso, o fedelho foi-me apresentado sem papel de embrulho e lacinho a condizer, parecia meio cor de rosa e cheirava a leite, além de ter a cabeça tenrinha e ligeiramente bicuda.
Algo entre um leitão da Bairrada e um marciano.

Considerações desta índole à parte, o puto era giro como tudo e nasceu ali algo que nem o tempo, a Al-Qaeda ou o Sócrates conseguiram destruir.
Estão a ver aquilo a que chamam "amor"?
Acho que é ainda mais do que isso, trata-se daquela sensação de saber que um e outro vieram do mesmo sítio, chegaram ao mundo da mesma maneira, beberam do mesmo leite e inutilizaram fraldas de modo igualmente badalhoco.

O Nuno André - reza a mesma lenda que fui eu que escolhi o nome - cresceu, tornou-se uma criança entre o complicado e o ternurento, foi companheiro inseparável de longas tardes de brincadeiras e o melhor amigo que se pode ter.
Cresceu também rodeado de alguns problemas respiratórios e uma das mais belas notícias que me deu, foi a de ter deixado de fumar, o que espero ser para sempre.
Não quero voltar a encontrá-lo assustado e perdido, ligado a soro, num corredor de hospital.

Nos primeiros anos, à conta destes problemas respiratórios, uma divisão lá de casa chegou mesmo a ser transformada em "quarto de vapores" e quase nasceram ali aquilo que seriam hoje as afamadas Termas de Pinhal Novo.
Não foi preciso porque ele lá foi melhorando; o que deu imenso jeito para aproveitar aquele quarto-sauna para algo mais normal como... fazer um quarto normal.

Uma das adversidades mais complicadas que o Nuno teve de enfrentar está directamente relacionada com a condição, não escolhida por ele, de ter nascido meu irmão.
Não foi, não é, não será nunca fácil.
Ele teve que se submeter a 10 mil atrocidades que começaram logo quando lhe enfiava o biberão de água goela abaixo quando ele chorava.
Pensava eu que o gajo tinha sede.

Depois vieram múltiplas brincadeiras saídas da minha fértil e tortuosa imaginação, sendo a mais emblemática a do "barco-manta".
Consistia no seguinte delírio: eu, ele e mais seis bonecos de pelúcia meio esburacados subiámos para uma manta e zarpávamos para mares desconhecidos.
Adepto de densos jogos psicológicos desde tenra idade, tornava a viagem numa autêntica montanha-russa de emoções, já que promovia ódios e empatias entre os imediatos de pelúcia, ao mesmo tempo que o mar revolto ia comendo quase literalmente a embarcação.
A manta ia encolhendo até chegar ao ponto de estarmos todos em cima uns dos outros, evitando os tubarões esfaimados representados pelas minhas mãos abertas fazendo "nhac, nhac".


info: Nuno André Cardoso nasceu a 27 de Maio de 1978, no Montijo. É honesto, trabalhador incansável e grande adepto do Benfica como se poderá constatar por todos os cantos lá da casa dele. Enfim, ninguém é perfeito.

Anos mais tarde, fundei o clube "Os Exploradores" com ele, o Nelson, o "Carocha" e penso que mais alguns tipos que depressam fugiram da seita.
A ideia era bem mais saudável: passeios pedestres a locais maravilhosos do reino caramelo, como a Barragem da Salgueirinha, a Mina do Barro, a fábrica Cerapa, entre outros.
Havia quotas a pagar que ninguém pagava e, por isso, nunca foram concretizadas as viagens ao "estrangeiro" como a Setúbal ou Évora.

Mas, o que acabou com o clube, foram algumas atitudes ditatoriais do chefe do gang que obrigava a que, no final de cada passeio, os jovens exploradores tivessem que compor ou desenhar aquilo que mais e menos tinham gostado da experiência.
Acho que alguns deles chegaram a ponderar denunciar-me aos sindicatos do sector.

A adolescência foi mais normal, se é que há normalidade na adolescência, mas não fazia sentido, nos meus 21 anos, obrigar o Nuno, de 14, a novos e desenfreados caprichos da minha imaginação.
E assim, limitámo-nos a jogar futebol, ténis e outras modalidades mais normais e até com estatuto olímpico, se bem que continue a achar, na verdade, que o "barco-manta" tem condições para ser desporto de alta competição.

O Nuno cresceu... cresceu... cresceu... cresceu para cima e para os lados, até ultrapassar a barreira psicológica dos 100 quilos.
Casou, teve um filho - que enche uma casa e que, juro, ainda há-de provar da venenosa capacidade inventiva do tio João Paulo -, tem a sua casa, o seu emprego, a sua vida, a sua careca, enfim, o costume nestas histórias aparentemente iguais mas, desde que esmiuçadas com paixão, são afinal únicas, e com o poder de tatuar na alma, eternamente, uma marca de união e fraternidade sem prazo de validade estabelecido.

Hoje, por volta da hora do almoço, fui buscá-lo no velho Saxo - que logo se encostou ao chão quando tão poderosa figura entrou - e fugi com ele para um dos meus locais favoritos, para podermos almoçar no meu restaurante favorito, o meu prato favorito.
Porque sempre fui assim, mais que disponível para partilhar as coisas boas da vida com quem mais gosto.
E, por falar em gostos, espero que ele tenha gostado da prenda-almoço. Pelo menos devorou o que se lhe apresentava à frente como se não houvesse amanhã.

Ele merece tudo o que há de bom nesta vida e espero que repita esta marca das três décadas, mais umas três vezes, penso que 120 anos é uma boa idade para arrumar as coisas, fechar as portas, partir e reactivarmos depois "Os Exploradores", algures, no além.

Nuno, o mano gosta muito de ti.
Para sempre.

Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Era Uma Vez em... Viseu

Regresso ao Eldorado - Edição nº 21

Largo de Santa Cristina, Viseu, data desconhecida
fonte http://baroesdaseviseu.blogspot.com

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Divas de Hollywood - N º 11 : Gina Lollobrigida

Regresso ao Eldorado - Edição nº 20

Ora, muito bem...
O que é que há para dizer sobre a Gina? Que era uma revista de fotonovelas picantes que contribuíu para o crescimento de muitos genitais, digo... de muita gente imberbe, nos idos de 70 e 80?
Não?!
Ah pois, porque aqui escreve-se sobre cinema. E daquele glamouroso, não de gargantas fundas, mas de decotes profundos e sonhos impossíveis.

Pois esta senhora que ficou conhecida como "La Lollo", foi um dos mais belos exemplos de sex-symbol made in Italia, onde a sétima arte foi buscar também Sophia Loren, ou nos últimos tempos Monica Bellucci.
Gina foi mesmo Miss Itália, antes de singrar em Hollywood onde, no auge da fama, o pessoal gritava "Go, Gina!", que em tradução livre é qualquer coisa como "Vá, Gina!"...
Desculpem-me... hoje eu não estou bem.

Os primeiros papéis de sucesso chegaram nos anos 50, em filmes como"Campane a martello", "Fanfan la Tulipe", e "Outros Tempos".

Padrão de beleza nos anos 5o, "La Lollo" - como era conhecida - interpretava papéis sensuais, que lhe renderam a alcunha de "A mulher mais bela do mundo", curiosamente título do filme de 1955, onde interpretava uma cantora linda, digo, lírica.

info: Filmografia essencial de Gina Lollobrigida - "Fan Fan la Tulipe" (1952); "Outros Tempos" (1952); "A Mulher Mais Linda do Mundo" (1955); "Salomão e a Rainha de Sabá" (1959); "As Bonecas" (1965)

"La Lollo" continua bela aos 80 anos e é casada com um espanhol, 34 anos mais novo, porque a senhora não está em idade de se dobrar para limpar o caruncho.
Para saber mais sobre Gina Lollobrigida consulte os diversos sites da internet que abordam os mais variados aspectos da vida da diva.
"Da vida da diva".
Experimentem dizer esta frase depois de 17 martinis.

Ah! Esta rubrica, tal como a "Geração Tio Patinhas" em próximas edições, vai ser editada como um top em contagem decrescente.
A nossa Gina ficou no 11º lugar. Em breve será publicado o 10º lugar e, dentro de semanas, ficarão a conhecer aquela que é para mim a nº 1.
Esquizofrenias...

Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Era Uma Vez em... Évora

Regresso ao Eldorado - Edição nº 19

Praça do Giraldo, Évora, anos 40 a 60
fonte www.skyscrapercity.com

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Tesourinhos Fascinantes # 01 - O Cubo Mágico

Regresso ao Eldorado - Edição nº18

Muito antes das tabelas de Sudoku e dos impressos do IRS, houve um quebra-cabeças que se tornou rei e senhor dos nossos tempos livres, o Cubo Mágico.

A geringonça foi inventada em 1974 por um húngaro que, reza a lenda, baseou-se no nosso 25 de Abril...
"Olha! Uma revolução dos cravos em Portugal! Cravos... cravos... cubo mágico! É isso"!

Só que o dito cubo, digo o dito cujo, só arrebentou em força nos anos 80 em Portugal.
Primeiro rebentou, depois muitos rebentaram com ele, porque a traquitana exasperava quem se atrevia ao reque-reque agregador de faces cromáticas.

Eu próprio andei às turras com um cubo mágico e, se é verdade que ele nunca se deixou montar totalmente (esta frase ficou um bocadinho estranha...), eu também não me deixei ficar.
Como muitos outros trintões e quarentinhas, chegou uma altura em que eu agarrei na coisa ( esta também não soou bem...) e desmembrei-a, pensando que seria depois mais fácil colocar as seis faces coloridas bem ordenadas.
Nããã.... e era uma vez um cubo mágico.

Outra brilhante ideia que a malta tinha era a de descolar os autocolantes coloridos e colar os amarelinhos todos na mesma face, os vermelhos, os azuis e por aí adiante.
info: o Cubo Mágico, um quebra-cabeças tridimensional também chamado Cubo de Rubik, foi criado por Ernõ Rubik, um húngaro, em 1974. Já foram vendidas mais de 900 milhões de unidades em todo o mundo.

Mas nem todos desistiam tão facilmente e por toda a parte chegavam ecos de feitos cada vez mais heróicos:
  • Pessoas que conheciam pessoas que tinham feito o cubo.
  • Gente que tinha resolvido o cubo sem recurso a drogas.
  • Gajos de óculos de fundo de garrafa que resolviam o cubo em poucos segundos.
  • Cromos que eram convidados para resolver o quebra-cabeças no "Passeio dos Alegres"do Júlio Isidro.
  • Competições europeias e campeonatos do mundo.
Lembro-me que, depois de ficar estupefacto com estas notícias, levantava o fofo do sofá e voltava para junto do meu velho cubo por resolver, sentindo-me imensamente obtuso, capaz de escrever uma carta para o Ministério da Educação para pedir uma reinscrição na Escola Primária.

A moda passou e não há, no remanso do lar, vestígios de tão peculiar objecto.
E foi assim, felizmente, que a Knorr voltou a ter os melhores cubos lá de casa.

Segunda-feira há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Era Uma Vez em... Lisboa II

Regresso ao Eldorado - Edição nº 17

Praça do Comércio, 1910
fonte cortesia Ana Vidal

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O Pequeno Johnny - Feliz Aniversário

Regresso ao Eldorado - Edição nº 16

Quem é que faz aninhos hoje, quem é?
Quem é o bebézinho?
Bilu, bilu, bilu!!
Parabéns a mim, nesta data querida...

Tretas!
A verdade é que estou um ano mais velho e neste momento tenho praticamente a mesma idade que um fóssil de dinossauro. Há dobradiças do meu corpo que rangem tanto à noite, que o padre já foi formalmente convidado a ir lá a casa exorcizar os maus espíritos.
Caruncho não tenho, porque sou lavadinho.

Nasci no século passado e tenho colegas com idade para serem meus filhos. Mas ainda bem que não são ou teria de distribuir um par de galhetas bem aviadas.
Pois é, ainda sou do tempo em que se dizia galhetas.
E lambadas, lamparinas e outras preciosidades hoje catalogadas como tortura medieval.
Porque hoje é rigorosamente proibido levantar a mão.
O ser humano está mais educado e o mais que faz é ficar agarrado a um telemóvel, com uma professora na outra extremidade e berrar frases inspiradas nas novelas da TVI.
Adiante.

Nem sempre fui assim tão velho.
Na foto aqui embaixo, eu estaria a fazer uns 10 anos e era imensamente feliz, até porque não tinha de fazer a barba quase todos os dias. Ou comprar o selo do imposto automóvel que agora já não é selo mas em matéria de inutilidade continua a sê-lo.
Avança, JP. Avança.
info: João Paulo Cardoso nasceu a 21 de Maio de 1971, às 23h30 de uma sexta-feira, em casa dos avós maternos, no Pinhal Novo.Pesava 3kg e 700 e era muito branquinho com olhos azulados e o cabelo era castanho claro. A primeira palavra foi "mã". A última frase proferida há pouco foi "agora não posso, estou a escrever umas porcarias na net".

Deixem-me apresentar o pessoal da fotografia:
À esquerda está a minha mãe. De fatinho de treino azul, claro, porque ter cinco putos em casa é desporto de elite.

A seguir, ostentando uma extraordinária carapinha está o meu irmão que também faz anos em breve. Teria uns três aninhos e, na foto, admira o irmão a imitar um tornado.

Segue-se a Edite, uma miúda lá das redondezas cujos marmelitos, na adolescência, foram bem espremidos por quase todos os que estão na fotografia.
Estou a brincar! A minha mãe não se mostrou interessada por aí além.

O casal abraçado? São os tios Cristina e John Rambo.
Afonso, queria eu dizer.
Ela era doce como os figos do Algarve onde hoje vive e ele sempre foi encalorado, em todos os sentidos. Mas, personalidades à parte, dá para ver que em 1981 já fazia um calor do caraças em Maio.

Seguem-se duas pessoas que aproveitaram uma promoção de camisas de flanela aos quadrados:
À esquerda, a morder o lábio inferior, o primo José Eduardo que, mais tarde, veio a ser meu instrutor de condução; sr. guarda, a culpa é dele.
E depois o Nelson, que vem a ser o tipo que tem a paciência de há mais tempo fingir que é meu amigo, e isto porque é inconcebível haver alguém que seja meu amigo de facto, porque se houver, com esse handicap, é pessoa para eu trazer desconfiado ao canto do olho.

Ah, e no centro das atenções, e da objectiva apontada pelo meu querido pai, lá estou eu, pronto para soprar de vez, mais 12 meses de vida, e isto no meio de Sumóis, Jóis, vinho do Porto, bolos e metades de sandes de queijo e de fiambre.
E há, claro, a bela da televisão a preto e branco, quando computadores, internet e telemóveis nem ficção científica eram.

37 anos depois, sei que desta vez ninguém vai tirar fotografias em tronco nu.
E é pena porque a Soraia Chaves foi convidada.

Sexta-feira há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades

Era uma vez em... Coimbra

Regresso ao Eldorado - Edição nº 15

Praça do Comércio, Coimbra, primeira metade do século XX
fonte kafekultura.blogspot.com

terça-feira, 20 de maio de 2008

Anos 80 Revival - The Final Countdown

Regresso ao Eldorado - Edição nº 14

Aproveitando o countdown para mais um aniversário deste vosso amigo, trouxe hoje a este baú de recordações os Europe.

Nada hoje parece mais piroso do que as imagens destes "suecos superlouros quase gajas" a cantar "The Final Countdown", mas na verdade quase todos ficámos hipnotizados com este tema nos idos de 1986.
Tirando o meloso "Carrie", pouco mais cantaram que ficasse no ouvido e se calhar ganhámos todos com isso.

Quem gostava muito dos Europe era a Vidal Sassoon, a Pantene e outras insígnias do género, especialmente as que vendiam os melhores amaciadores.
Reza a lenda que cada vez que um membro do grupo queria lavar o cabelo era um ver se te avias.
Literalmente.
- Joey, despacha-te lá a lavar os cornos!
- Sim! E não gastes muito amaciador desta vez!
- Calem-se, parvas!!

info:Os Europe formaram-se em 1979. Chamavam-se então Force. A mudança de nome aconteceu em 1982 quando ganharam um concurso onde participaram 400 outras bandas.
O tema de maior sucesso foi mesmo "The Final Countdown" de 1986.
Ainda mexem e ameçam editar novo álbum na Primavera de 2009. Fujam!

Outro problema que estes suecos enfrentavam era a entrada para os autocarros.
Era recorrente ouvirem atrás de si as velhotas pedirem-lhes licença para subir primeiro...
- Minha menina, importa-se que eu suba primeiro? Ah!... Desculpe!! Julgava que...
Importa-se que eu passe à frente, minha linda? Ah!... Olha... outro!
Isto no meu tempo não era assim!! O mundo está perdido!!...

E haviam ainda os piropos dos trolhas, a competição com as namoradas pela melhor trunfa e as intermináveis horas passadas ao secador ou à procura de um piolho perdido numa selva dourada.
Ser artista não é nada fácil, o que é que julgam?

Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Era uma vez em... Beja

Regresso ao Eldorado - Edição nº 13

Governo Civil e Quartel da GNR, Beja, data desconhecida
fonte http://alandroal.blogspot.com

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Geração Tio Patinhas - 2ª Parte

Regresso ao Eldorado - Edição nº 12

Os estudos sobre toxicodependência ainda não são conclusivos mas, parece que quando se desfolham revistas de Walt Disney, desprende-se uma essência capaz de inebriar e viciar mais os sentidos do que se nos fechássemos num elevador com o Jorge Palma vindo do Bairro Alto.

É que só isso explica a razão, porque ainda hoje, após desfolhar uma "revista do Tio Patinhas", logo tenha que fazer um monte com 30 revistinhas do género para alimentar o vício.
Mas não pode ser um monte qualquer.
Há regras que eu, enquanto adicto esquizofrénico, obrigo-me a cumprir desde o tempo que assoava a ranhoca às mangas das camisas também elas aos quadradinhos.

Tal como uma refeição onde se guarda a sobremesa para o fim, eu empilhava as revistas de acordo com as suas potencialidades de prazer. Ou, mais prosaicamente, pelo volume de páginas com que se apresentavam, como se fossem doses de cocaína.
Doses mais leves para começar, como as revistinhas do Pato Donald ou do Zé Carioca, depois doses moderadas como as revistas do Mickey e do Tio Patinhas, dose reforçada com as Edições Extra e os Almanaques Disney, e a overdose final com os grossos volumes do Disney Especial.



Info: Walter Elias Disney nasceu em Chicago, a 05 de Dezembro de 1901 e faleceu a 15 de Dezembro de 1966 em Los Angeles. Desde 2006 que não são publicadas revistas de Walt Disney em Portugal, pelo menos tal como as conhecemos.


Tudo era empilhado de acordo com esta ordem, mas não pensem que consumia tudo isto de uma assentada, até porque a tarefa afigurava-se mais arriscada do que tomar duche e secar a cabeça num micro-ondas.
Eu lia tudo bem devagar, degustando, com prazer.
Ouviam-se ao mesmo tempo acordes de cítara e gaitas de fole. Camelos e serpentes faziam amor em espirais multicolores que se erguiam torpemente...
Autênticas tardes e noites de loucura, era o que era.

Por vezes contactava dealers que cediam o seu espólio em troca do meu, só que este tráfico de droga aos quadradinhos não se limitava a seis ou sete revistas.
Não, a troca de revistas era feita à grande e à colombiana:
"Emprestas-me 50 revistas e eu empresto-te outras 50".
E assim era.

O material sempre foi de melhor qualidade quando vinha do Brasil.
O declínio do império começou quando a Editora Morumbi substituíu gradualmente a Editora Abril. E, por volta de 1996, mais coisa menos coisa, as revistas passaram a ser encadernadas de forma obtusa, grotesca até. Até pura e simplesmente desaparecerem de papelarias e quiosques.

E assim, os vapores que inebriavam e faziam camelos e serpentes fazer amor nas espirais multicolores deixaram de fazer efeito.
Restam as feiras de antiguidades que vendem, a preço de amendoim, as velhas revistas dos anos 70 e 80. E confesso que, de vez em quando ainda compro uma ou duas doses, digo, revistas.

Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Era uma vez em... Leiria

Regresso ao Eldorado - Edição nº11

Praça Rodrigues Lobo, Leiria, 1916
fonte bloguedaruanove.blogs.sapo.pt

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Museu dos Reclames # 01 - Coca-Cola, Sensação de Viver

Regresso ao Eldorado - Edição nº 10

info: A Coca-Cola foi criada pelo farmacêutico John Pemberton em 1886, há mais de 120 anos.
O anúncio abaixo é de 1988, cortesia MistérioJuvenil.com/YouTube. Portugal era governado por Cavaco Silva e a Dora voltava a vencer o Festival da Canção. Eu tinha 17 anos e estava nos últimos anos de secundário no Montijo. Quando passava este "Sensação de Viver" na televisão, sentia-me um pouco mais vivo e, claro, dava imensa vontade de beber uma Coca-Cola geladinha.

"Primeiro estranha-se, depois entranha-se" sugeria Fernando Pessoa para slogan daquela que os mais radicais de esquerda consideravam "a água suja do capitalismo".
A verdade é que este adocicado sabor com bolhinhas frenéticas sempre fez parte da história de todos nós, inclusive dos bosquímanes que a viram cair do céu, qual dádiva divina em "Os Deuses Devem Estar Loucos".

Nunca fui um grande bebedolas de Coca-Cola - hoje até a desprezo por ser tão gaseificada- e, como nunca gostei de maiorias incontestáveis, até dizia à boca pequena que preferia a Pepsi.
Na verdade, dificilmente detecto alguma nuance de sabor entre estes dois xaropes calóricos, mas hoje posso garantir que a Coca-Cola tem um sabor mais apurado.


Memórias gostosas, como poderia dizer o escurinho do "Na Roça com os Tachos", são aquelas de alguns dias de Verão passados... em casa.
Pais fora, no Algarve, e eu ali de castigo, não numa cave com o resto da criação de monstros alados felizmente, mas num terceiro andar feito gabinete de estudo para exames que, de vez em quando, ficavam para fazer em Setembro.
Então agarrava num punhado de escudos e ia até ao Pingo Doce comprar uma garrafa de Coca -Cola daquelas de dois litros, que nem dava para agarrar bem, mas que se bebia com infinito prazer nas quentes tardes de Agosto enquanto era massageado por duas tailandesas.
Isto das duas tailandesas é no gozo.
Costumavam ser três.

Hoje há latas de Coca-Cola, Coca-Cola Light, Coca-Cola Zero ou Coca-Cola Tudo, mas a imagem de marca foi, é, e será sempre a garrafinha com corpinho de Jennifer Lopez.
Alguns de nós chegaram mesmo a utilizar a
sexy garrafinha para aqueles jogos de "Verdade ou Consequência" e, digo-vos, isso era algo que gostava de ver implementado na Assembleia da República ou no futebol português.
Há quem consiga enganar um polígrafo, mas ninguém consegue enganar uma garrafa de Coca-Cola.

Segunda-feira há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.


quarta-feira, 14 de maio de 2008

Era uma vez em... Setúbal

Regresso ao Eldorado - Edição nº 09
Avenida Luísa Todi, Setúbal, data desconhecida
fonte www.azeitão.net

Momentos de Glória - Sporting Campeão, 18 Anos Depois

Regresso ao Eldorado - Edição nº 08

No dia em que o céu e a terra se tingiram de verde, só a voz da equipa desportiva da TSF dava cor aos golos que não podia, ainda, ver em directo na televisão.
Como não tinha ainda SportTv - passei a época em cafés, bares e na afamada Tasca do Chico - foi assim que vivi, em primeira instância, a exuberante tarde leonina, com a conquista do campeonato 18 anos depois do último triunfo.

Ao longo de quase duas décadas, o caminho dos adeptos sportinguistas entroncava, invariavelmente, num beco sem saída, onde um bom punhado de benfiquistas, embriagados de basófia e arrogância, gozava a bom gozar com a triste sina verde-e-branca.
Não perdiam uma hipótese de evocar o estatuto do clube "glorioso" e, como nunca gostei de gente com a soberba pendurada na ponta do nariz, mais ganas tinha de ser sportinguista.
Há uma outra palavra que resume tudo isto: masoquismo.

Mas naquele 14 de Maio do ano 2000, há exactamente oito anos, o Sporting só precisava vencer o já extinto Salgueiros, na última jornada, para se tornar campeão nacional de futebol, 18 anos depois.

Apesar das pernas tremerem que nem varas verdes, ironia cromática menosprezada pelos adeptos mais daltónicos, os nervos esbarravam na qualidade do plantel que dava garantias de champanhe, no final da contenda.

O Sporting tinha então, no plantel, um dos dos mais carismáticos guarda-redes do mundo, o gigante dinamarquês Peter Schmeichel, mas também André Cruz, Beto, Rui Jorge, César Prates, Duscher, Pedro Barbosa, de Franceschi, Mpenza, Delfim, Vidigal, Ayew, Iordanov, e o veterano Beto Acosta cuja ciática originou piadas mas que acabou como o melhor marcador da prova, com 22 golos.Da esquerda para a direita em cima: Peter Schmeichel, André Cruz, Beto, Vidigal, Pedro Barbosa (cap.) ; em baixo: De Franceschi, Mpenza, Acosta, Rui Jorge, César Prates e Delfim.

O Sporting venceu o Salgueiros por 4-0 e a nação explodiu em mil tons de verde, sendo que nunca o depreciativo termo "lagartagem" fez tanto sentido, porque eram aos milhões a sair dos buracos para festejar efusivamente o fim do longo Inverno.
O sol voltava a brilhar.

Havia que festejar mas, além da SportTv, também me faltava o carro e, pior do que isso, faltavam-me companheiros capazes de correr pelas ruas de juba ao vento e rugido solto nas gargantas arranhadas pela glória.
Parece mentira, mas a maior parte dos meus amigos de infância não grita pelo Sporting, o que demonstra que a minha selecção de afectos nunca foi feita segundo critérios clubísticos.
O que, noto agora, foi estúpido.

Ainda pensei em utilizar os transportes públicos e ir até Alvalade para me juntar a todos aqueles leões ululantes mas nunca fui rapaz para esses acessos de loucura.
Limitei-me a subir ao telhado do meu 3º andar, todo nu, com uma enorme bandeira do Sporting na mão e ainda hoje recordo o histerismo do mulherio lá embaixo e o voo rasante de dois aviões vindos da Base Aérea do Montijo que alvejavam o monstro que exibia dois enormes mastros...
E eu gritava alegremente "Mim King Kong Johnny, Allez Sporting Allez!"

Classificação final da doce época 1999/2000:
  1. Sporting - 77
  2. F.C. Porto - 73
  3. Benfica - 69
  4. Boavista - 55
  5. Gil Vicente -53
  6. Marítimo -50
Para ver, mais ou menos os golos do Salgueiros-0 Sporting - 4 clique aqui.

Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Era uma vez em... Santarém

Regresso ao Eldorado - Edição nº 07

Rosácea da Igreja da Graça, Santarém, 1930
fonte blogdaruanove.blogs.sapo.pt

terça-feira, 6 de maio de 2008

Bem-vindos à Nostalgia

Regresso ao Eldorado - Edição nº 01

A ideia ganhava volume na minha cabeça - ao ponto de achar que me tornaria um unicórnio - quando eles apareceram na despedida de 2007 dizendo adeus a 1984.
Eles, os Gato Fedorento, na crista da onda, surfaram a vaga nostálgica mergulhando no futuro que, depois, se saberia vir a ser na SIC.
Foi o derradeiro impulso para idealizar, construir e editar um blogue temático dedicado ao passado.

E que melhor altura para sair à rua e gritar o nome do novo blogue, do que em Maio, o meu mês de eleição, e logo no dia 10, o meu número fétiche?
E assim, 40 anos depois do Maio de 68, nasce o "Regresso ao Eldorado".
E que é, ao mesmo tempo, o regresso de quem escrevia no "Eldorado" e o regresso aos melhores momentos de uma infância, confesso, imensamente feliz.

Humor e Nostalgia
Para aqueles que estão já a pensar que isto assim não terá piada nenhuma, devo antes do mais garantir que o estilo da escrita continuará a ser o mesmo: uma patetice pegada, cheia de erros de português, mais para mais quando o desacordo ortográfico já fez as primeiras baixas.
Sei mesmo do caso de um algarvio que achou "ótimo" esfaquear um trasmontano com um "x-ato" por causa de um eucalipto, perdão... eucalito... isto é... eucalipeto, ou melhor... por causa de um... bolas!

Pois é, meus amigos:
Este vai ser o primeiro blogue português que mistura humor e nostalgia e prometo que fará tão bem ao vosso organismo como o Bifidus Activo ou as l. casei imunitass.
Mas a ambição que norteia este blogue que substitui o velho "Eldorado" é bem maior do que a de ser um mero regularizador do trato intestinal.

O "Regresso ao Eldorado" quer ser um blogue de culto, diferente, para melhor, de outros blogues dedicados à temática das recordações, como os que estão na coluna "Blogoteca Vintage" aí do lado direito e olhem que há aí coisas muito jeitosas.

Então o que é que se pode esperar desta tasquinha de letras, vídeos e fotografias?
Aqui vai o menu dos primeiros petiscos para que tenha uma ideia.

Geração Tio Patinhas - Se tem entre 25 a 40 anos, muito do que sabe da vida foi-lhe transmitido na infância e na adolescência por patos, ratos, cães e papagaios criados, na sua maioria, por Walt Disney e fará parte da chamada "Geração Tio Patinhas".
Se houve quem inventasse a "Geração Heidi" também eu posso inventar esta parvoíce a ser publicada em cromos coloridos, como se fosse da Figurine Panini.
Mas antes resolvi explicar aos leitores do "Regresso ao Eldorado" - num texto dividido em duas partes - a importância que as revistinhas do Tio Patinhas tiveram nos meus verdes anos.
A primeira parte está publicada algures lá em baixo. A segunda será publicada em breve e depois é só coleccionar os cromos.

Museu dos Reclames - Vídeos e memórias opacas dos velhos anúncios de televisão quando só haviam três canais em Portugal: A RTP 1 e 2 e o Canal Caveira.
Lembra-se dos glutões? Das bombocas? Do Restaurador Olex?
Pode ser que voltem a brilhar nestas páginas digitais, é esperar para ver.

Era uma vez em... - Postais antigos de Portugal, se possível a preto e branco, sempre com poucas palavras. Na verdade serão apenas identificados o nome do local, a época e o sítio da internet de onde foram surripiados.
Entendam esta rubrica como um local para descansar a vista e fazer correr a imaginação.
A propósito desta frase lembrei-me de um mote excelente para um próximo anúncio da Nike, que até poderia estar na rubrica ali de cima... Que tal a Nicole Kidman a correr por montes e vales, nuazinha, só com uns ténis, seguida da frase "Nike - Faz Correr a Imaginação"?
Uma ideia que deixo aqui de graça. As próximas são a pagar.

Anos 80 Revival - Durante 52 semanas, um ano inteirinho, a recordação dos temas pop mais orelhudos dos anos 80.
Começámos com os Secret Service e "A Flash in the Night", já publicado aí em baixo.
Seguem-se outros temas surripiados ao Youtube, e só espero que tenha umas boas colunas para manter de pé a nostalgia dançante.

O Pequeno Johnny - Pela primeira vez na internet, todas as ridículas histórias de infância deste vosso amigo, quando era mais pequenote do que o Marques Mendes e usava longos cabelos encaracolados, tipo Alice no País das Maravilhas.
Prometem-se momentos de verdadeiro embaraço com a publicação de velhas fotos amareladas que já deveriam ter sido queimadas há muito tempo.
E tudo começou no já longínquo 21 de Maio de 1971...

Divas de Hollywood - Há muito, muito tempo, muito antes da Angelina Jolie e da Nicole Kidman, os homens suspiravam por belas actrizes como Marilyn Monroe, Brigitte Bardot ou Sophia Loren.
Fichas coleccionáveis cheias de glamour.

Tesourinhos Fascinantes - Lembra-se dos tempos do cubo mágico? Das cassetes que gravavam as músicas da rádio? Dos escudos e dos centavos? Dos mil e um movimentos que fazíamos com um io-iô?
Esta é a rubrica dos tesourinhos perdidos, todos fora de moda, mas ainda e sempre fascinantes.

E haverá ainda tempo para recordar grandes datas de grandes marcas, gente que merece ficar na história e até mesmo um espaço mensal para satirizar o presente.
Chamar-se-á "Regresso ao Futuro" e será mais ou menos o que eu fazia na outra tasquinha que fechou portas a 30 de Abril.

Feitas as apresentações, resta usar os dedos para martelar o teclado, de segunda a sexta-feira, para estar mais perto de si.
Para já, deem-me mais algum tempo para afinar a máquina... digamos... até quarta-feira.

Nesse dia haverá nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Era uma vez em... Lisboa

Regresso ao Eldorado - Edição nº 06



Av. Liberdade, Lisboa em 1946
fonte lisboaantiga.blogs.sapo.pt