Regresso ao Eldorado - Edição nº 49
sexta-feira, 27 de junho de 2008
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Anos 80 Revival - Come on Eileen
Regresso ao Eldorado - Edição nº48
Não traz nenhum tipo de recordação especial esta música orelhuda dos ingleses Dexys Midnight Runners mas cada vez que a ouço sinto no ar a ingenuidade daqueles tempos em que tudo parecia feito de algodão doce.
Tudo não é bem assim.
As jardineiras, que muita gente usou como se trabalhasse como pintor nos estaleiros da Lisnave eram feitas de ganga e, há que escrevê-lo, eram também mais feias que um bode vesgo.
Espero que a moda não seja cíclica neste caso e que as jardineiras estejam extintas porque, se em termos musicais esta é indubitavelmente uma das melodias incontornáveis da década de ouro da pop, no que diz respeito ao vídeo, é uma das piores.
As inenarráveis cabeleiras, as jardineiras largaronas, as ruas de um qualquer subúrbio, tudo contribui para que o meu sarapintado facies produza um daqueles belos esgares à "Malucos do Riso".
E afinal, parece que tudo isto é para conquistar a tal Eileen, mesmo recorrendo às rimas mais parolas:
"Come on Eileen, I swear (well he means)
At this moment, you mean everything
You in that dress, my thoughts I confess
Verge on dirty
Ah come on Eileen"
Feitas as contas, parece que não gosto de nada deste "Come on Eileen", mas não é bem assim.
A sonoridade do trompete, tão característica dos Dexys, chega para adocicar-me os tímpanos, tal como acontece com outro tema destes pintores, digo, deste grupo, o clássico "geno" que também há-de estar nesta lista.
Fique então com esta recordação dos heighties que eu hoje não estou particularmente inspirado e não vou escrever mais nada.
Grande parte dos meus neurónios apanhou um low cost para parte incerta. A última vez que os senti fazerem-me cócegas no cérebro, já estavam de óculos escuros, calção e chinelo no pé.
Não traz nenhum tipo de recordação especial esta música orelhuda dos ingleses Dexys Midnight Runners mas cada vez que a ouço sinto no ar a ingenuidade daqueles tempos em que tudo parecia feito de algodão doce.
Tudo não é bem assim.
As jardineiras, que muita gente usou como se trabalhasse como pintor nos estaleiros da Lisnave eram feitas de ganga e, há que escrevê-lo, eram também mais feias que um bode vesgo.
Espero que a moda não seja cíclica neste caso e que as jardineiras estejam extintas porque, se em termos musicais esta é indubitavelmente uma das melodias incontornáveis da década de ouro da pop, no que diz respeito ao vídeo, é uma das piores.
As inenarráveis cabeleiras, as jardineiras largaronas, as ruas de um qualquer subúrbio, tudo contribui para que o meu sarapintado facies produza um daqueles belos esgares à "Malucos do Riso".
info: O termo Dexys deriva da substância dexedrina, um composto mais viciante que a cocaína. Está tudo explicado. O grupo formou-se no início dos anos 80, liderado pelo vocalista Kevin Rowland, editou três álbuns e antes do final da década já estava extinto. Kevin tentou um comeback a solo, mas um dos trabalhos que lançou vendeu apenas 500 cópias, possivelmente comprados por primos e vizinhos.
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E afinal, parece que tudo isto é para conquistar a tal Eileen, mesmo recorrendo às rimas mais parolas:
"Come on Eileen, I swear (well he means)
At this moment, you mean everything
You in that dress, my thoughts I confess
Verge on dirty
Ah come on Eileen"
Feitas as contas, parece que não gosto de nada deste "Come on Eileen", mas não é bem assim.
A sonoridade do trompete, tão característica dos Dexys, chega para adocicar-me os tímpanos, tal como acontece com outro tema destes pintores, digo, deste grupo, o clássico "geno" que também há-de estar nesta lista.
Fique então com esta recordação dos heighties que eu hoje não estou particularmente inspirado e não vou escrever mais nada.
Grande parte dos meus neurónios apanhou um low cost para parte incerta. A última vez que os senti fazerem-me cócegas no cérebro, já estavam de óculos escuros, calção e chinelo no pé.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
terça-feira, 24 de junho de 2008
Geração Tio Patinhas - Nº 10 - Gastão
Regresso ao Eldorado - Edição nº 46
Eu gostava de ser este pato de casaco verde.
É com uma das frases mais estranhas publicadas num blogue que o "Regresso ao Eldorado", quase a ir de férias, dá início à listagem das 10 personagens mais interessantes do universo Disney, na chamada "Geração Tio Patinhas".
Pois o pato altivo e aperaltado que abrilhanta as memórias de hoje, é tido como o mais sortudo do mundo. Nasceu com o penacho traseiro virado para a lua, nem sequer precisa de ferraduras ou patas de coelho. Aliás, se as patas de coelho dessem sorte, os coelhos não as perderiam...
Trevos de quatro folhas? Parece que só existem no norte do país e em poucos locais.
O mítico Carl Barks, criador do Tio Patinhas, pensou na figura do Gastão para criar "o avesso" do pato Donald. Se Donald aparece sempre de fato de marinheiro, Gastão usa estas belas farpelas, chapéuzinho e polainas, aqueles sapatinhos que tapam parte da patinha dos patinhos.
Eis uma bela aliteração que bem poderia ter figurado nos exames nacionais de Português.
Vou repetir: "sapatinhos que tapam parte da patinha dos patinhos."
De acordo com o que era publicado nas historinhas Disney, o Gastão conseguia tudo o que queria sem mexer uma palha.
Mal acordava, já tinha o carteiro à porta a informá-lo da conquista de um primeiro prémio de uma qualquer lotaria. Entrava numa mercearia e ganhava sempre qualquer coisa por ter sido o centésimo ou o milésimo cliente.
E sempre que participava em concursos com o Donald, o resultado era quase sempre o mesmo, ele ganhava e o pato estarola ficava com a Margarida, o que, conhecendo a complexa personalidade das mulheres, não se pode dizer que seja um prémio de consolação, mas sim a confirmação da derrota.
Adorava ser como o Gastão, não na arrogância e prepotência que transbordam em todos os seus gestos, confundindo amiúde sorte e mérito, mas "apenas" na doce ilusão de que seria possível viver de golpes de sorte.
E deve ser possível tal desiderato, única forma de explicar como é que a boçalidade de um Berardo sem estudos, consegue se tornar um dos maiores milionários portugueses.
Admito a sagacidade, o engenho negocial, mas isso não explica tudo.
Quando era mais novo, há séculos atrás, lia e relia as histórias do Donald com o Gastão torcendo pelo mais fraco, como sempre fiz.
Ingloriamente.
Dava-me tanta raiva a humilhação de quem trabalhava e se esforçava, perante os bafejados pelo destino, que quase rasgava as revistas, ao mesmo tempo que pontapeava o guarda-roupa, abrindo um belo buraco por onde passei a enfiar as meias, o que demonstra toda a minha capacidade de organização.
No fundo, no fundo, mas mesmo lá no fundo, onde nem as baratas respiram, eu gostava era de ser como ele, viver de golpes de sorte e não de golpes de navalha, como alguns desfavorecidos da Buraca.
E lá vou preenchendo boletins de totoloto, enquanto continuo à procura do Santo Graal, ou seja, um amuleto mais eficaz que a moedinha nº 1 do Tio Patinhas.
Tenho estado a pensar na possibilidade de usar um pé do Berardo ao pescoço, só para ver o que acontece...
Eu gostava de ser este pato de casaco verde.
É com uma das frases mais estranhas publicadas num blogue que o "Regresso ao Eldorado", quase a ir de férias, dá início à listagem das 10 personagens mais interessantes do universo Disney, na chamada "Geração Tio Patinhas".
Pois o pato altivo e aperaltado que abrilhanta as memórias de hoje, é tido como o mais sortudo do mundo. Nasceu com o penacho traseiro virado para a lua, nem sequer precisa de ferraduras ou patas de coelho. Aliás, se as patas de coelho dessem sorte, os coelhos não as perderiam...
Trevos de quatro folhas? Parece que só existem no norte do país e em poucos locais.
O mítico Carl Barks, criador do Tio Patinhas, pensou na figura do Gastão para criar "o avesso" do pato Donald. Se Donald aparece sempre de fato de marinheiro, Gastão usa estas belas farpelas, chapéuzinho e polainas, aqueles sapatinhos que tapam parte da patinha dos patinhos.
Eis uma bela aliteração que bem poderia ter figurado nos exames nacionais de Português.
Vou repetir: "sapatinhos que tapam parte da patinha dos patinhos."
De acordo com o que era publicado nas historinhas Disney, o Gastão conseguia tudo o que queria sem mexer uma palha.
Mal acordava, já tinha o carteiro à porta a informá-lo da conquista de um primeiro prémio de uma qualquer lotaria. Entrava numa mercearia e ganhava sempre qualquer coisa por ter sido o centésimo ou o milésimo cliente.
E sempre que participava em concursos com o Donald, o resultado era quase sempre o mesmo, ele ganhava e o pato estarola ficava com a Margarida, o que, conhecendo a complexa personalidade das mulheres, não se pode dizer que seja um prémio de consolação, mas sim a confirmação da derrota.
info: Não consegui confirmar a autoria do Gastão, mas terá sido o mago Carl Barks a desenhá-lo pela primeira vez, para atazanar a vida do Donald. Um personagem com a mesma caracterização apareceu no desenho dos estúdios Disney "O espírito de 1943". Era a metade gastadora da personalidade do Donald (talvez o que deu origem ao nome de Gastão no Brasil).
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Adorava ser como o Gastão, não na arrogância e prepotência que transbordam em todos os seus gestos, confundindo amiúde sorte e mérito, mas "apenas" na doce ilusão de que seria possível viver de golpes de sorte.
E deve ser possível tal desiderato, única forma de explicar como é que a boçalidade de um Berardo sem estudos, consegue se tornar um dos maiores milionários portugueses.
Admito a sagacidade, o engenho negocial, mas isso não explica tudo.
Quando era mais novo, há séculos atrás, lia e relia as histórias do Donald com o Gastão torcendo pelo mais fraco, como sempre fiz.
Ingloriamente.
Dava-me tanta raiva a humilhação de quem trabalhava e se esforçava, perante os bafejados pelo destino, que quase rasgava as revistas, ao mesmo tempo que pontapeava o guarda-roupa, abrindo um belo buraco por onde passei a enfiar as meias, o que demonstra toda a minha capacidade de organização.
No fundo, no fundo, mas mesmo lá no fundo, onde nem as baratas respiram, eu gostava era de ser como ele, viver de golpes de sorte e não de golpes de navalha, como alguns desfavorecidos da Buraca.
E lá vou preenchendo boletins de totoloto, enquanto continuo à procura do Santo Graal, ou seja, um amuleto mais eficaz que a moedinha nº 1 do Tio Patinhas.
Tenho estado a pensar na possibilidade de usar um pé do Berardo ao pescoço, só para ver o que acontece...
segunda-feira, 23 de junho de 2008
quinta-feira, 19 de junho de 2008
O Pequeno Johnny - Quando eu era Princesinha
Regresso ao Eldorado - Edição nº 43
Olá, caros amigos!
Antes do mais tenho que agradecer a todos os que contribuíram para que este blogue chegue ao primeiro milhar de visitantes.
Serão muitos mais nos próximos tempos, espero.
Até porque em breve vai ser sorteado um presunto de Chaves e um guarda-chuva que já foi utilizado pela prima de uma vizinha do Pedro Santana Lopes.
As memórias que recupero hoje foram tabu até há bem pouco tempo.
Como quase todos os homens deste mundo tive a minha fase travesti.
Aconteceu uma única vez por volta dos meus três aninhos, isto se considerar irrelevante dois anos na adolescência em que experimentei lindos conjuntos de lingerie, ai, ai...
Quanto ao momento abaixo retratado, aconteceu por volta de 1973, 1974.
Vestido com uma espécie de... unn... vestidinho curto, uns sapatinhos ortopédicos que mais parecem umas sabrinas, meias branquinhas puxadas bem para cima, como se fossem collants e com um cabelinho comprido e sedoso, eis o pequeno Johnny transformado em princesinha da classe média!
Esta linda menina de pernoca bem aberta na varanda do seu 3º direito, e que por pouco não seguia o exemplo do filho do Nené, hoje Filipa Gonçalves, contentava-se a brincar com... molas de roupa!!
E diz a lenda que permanecia assim, entretido com tão pouco, horas a fio, podendo até os meus pais ausentarem-se para um fim de semana em Benidorm que, quando viessem, lá estaria eu na mesmíssima posição, embora mais sub-nutrido e mijado e cagado pelas perninhas abaixo...
Visse eu hoje na internet uma fotografia de uma boazona, de vinte e poucos anos, nestes preparos e uivaria de imediato. Até faria download da imagem e faria correr nos e-mails de javardolas assanhados como eu.
Acontece que quem está na foto sou eu, com menos de quatro anos de idade.
Assim sendo, há que dizer aos nojentos pedófilos que têm estado a ler isto de braguilha desabotoada, que o menino/princesinha da foto cresceu, tem 37 anos e só frequenta o Parque Eduardo VII por alturas da Feira do Livro e mesmo assim, raras vezes.
Mas chega de falar de gajas boas, isto é, de mim.
Que tal um bocadinho de História de Varandas Lusitanas dos finais do Século XX?
Não? Está bem.
Pois a varanda que veem ali acima tornou-se, literalmente, uma homenagem aos Jardins Suspensos da Babilónia, à Natividade Cristã e à Pátria Portuguesa, consoante a época do ano.
No Natal, "papai e mamãe" esmeram-se em enfeites natalindos, uma profusão de luzinhas que acendem e apaguem para lembrar a todos que a família Cardoso celebra o Natal como ninguém mas que, no fundo, gostariam sim de gerir uma casa de alterne cheia de brasileiras de bundas empinadas.
Em tempo de campeonatos da Europa e do Mundo em futebol, a varanda é engalanada com uma mega-bandeira portuguesa -culpa do Scolari - o que tem confundido muitos turistas que julgam que é ali o Palácio de Belém.
Ainda ontem recebi duas dezenas de japoneses e chineses de máquina fotográfica que, em vão, procuraram o Plesidente Cavaco debaixo da mesa da cozinha, atrás do móvel da sala e até dentro da sanita.
Aproveitei para puxar o autoclismo, porque sempre são alguns a menos neste mundo, caso as enchentes e os terramotos não cumpram o seu papel.
Enfim, para que conste, no início dos anos 70, a varanda não era tão kitsch, se nos esquecermos, por um momento, daquela boneca que ali deixaram plantada.
Foram os dias em que eu era princesinha.
Olá, caros amigos!
Antes do mais tenho que agradecer a todos os que contribuíram para que este blogue chegue ao primeiro milhar de visitantes.
Serão muitos mais nos próximos tempos, espero.
Até porque em breve vai ser sorteado um presunto de Chaves e um guarda-chuva que já foi utilizado pela prima de uma vizinha do Pedro Santana Lopes.
As memórias que recupero hoje foram tabu até há bem pouco tempo.
Como quase todos os homens deste mundo tive a minha fase travesti.
Aconteceu uma única vez por volta dos meus três aninhos, isto se considerar irrelevante dois anos na adolescência em que experimentei lindos conjuntos de lingerie, ai, ai...
Quanto ao momento abaixo retratado, aconteceu por volta de 1973, 1974.
Vestido com uma espécie de... unn... vestidinho curto, uns sapatinhos ortopédicos que mais parecem umas sabrinas, meias branquinhas puxadas bem para cima, como se fossem collants e com um cabelinho comprido e sedoso, eis o pequeno Johnny transformado em princesinha da classe média!
Esta linda menina de pernoca bem aberta na varanda do seu 3º direito, e que por pouco não seguia o exemplo do filho do Nené, hoje Filipa Gonçalves, contentava-se a brincar com... molas de roupa!!
E diz a lenda que permanecia assim, entretido com tão pouco, horas a fio, podendo até os meus pais ausentarem-se para um fim de semana em Benidorm que, quando viessem, lá estaria eu na mesmíssima posição, embora mais sub-nutrido e mijado e cagado pelas perninhas abaixo...
Visse eu hoje na internet uma fotografia de uma boazona, de vinte e poucos anos, nestes preparos e uivaria de imediato. Até faria download da imagem e faria correr nos e-mails de javardolas assanhados como eu.
Acontece que quem está na foto sou eu, com menos de quatro anos de idade.
Assim sendo, há que dizer aos nojentos pedófilos que têm estado a ler isto de braguilha desabotoada, que o menino/princesinha da foto cresceu, tem 37 anos e só frequenta o Parque Eduardo VII por alturas da Feira do Livro e mesmo assim, raras vezes.
info:A varanda é normalmente entendida como a parte de uma casa que estabelece uma transição gradual entre os espaços internos e os espaços externos (diz a wikipedia). No meu caso, a transição para o espaço externo, o passeio lá em baixo, é tudo menos gradual e algumas molas de roupa já não estão cá para contar.
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Mas chega de falar de gajas boas, isto é, de mim.
Que tal um bocadinho de História de Varandas Lusitanas dos finais do Século XX?
Não? Está bem.
Pois a varanda que veem ali acima tornou-se, literalmente, uma homenagem aos Jardins Suspensos da Babilónia, à Natividade Cristã e à Pátria Portuguesa, consoante a época do ano.
No Natal, "papai e mamãe" esmeram-se em enfeites natalindos, uma profusão de luzinhas que acendem e apaguem para lembrar a todos que a família Cardoso celebra o Natal como ninguém mas que, no fundo, gostariam sim de gerir uma casa de alterne cheia de brasileiras de bundas empinadas.
Em tempo de campeonatos da Europa e do Mundo em futebol, a varanda é engalanada com uma mega-bandeira portuguesa -culpa do Scolari - o que tem confundido muitos turistas que julgam que é ali o Palácio de Belém.
Ainda ontem recebi duas dezenas de japoneses e chineses de máquina fotográfica que, em vão, procuraram o Plesidente Cavaco debaixo da mesa da cozinha, atrás do móvel da sala e até dentro da sanita.
Aproveitei para puxar o autoclismo, porque sempre são alguns a menos neste mundo, caso as enchentes e os terramotos não cumpram o seu papel.
Enfim, para que conste, no início dos anos 70, a varanda não era tão kitsch, se nos esquecermos, por um momento, daquela boneca que ali deixaram plantada.
Foram os dias em que eu era princesinha.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Stand-by
Regresso ao Eldorado - Edição nº 41
Este blogue volta para a semana, assim que os 27 guionistas que aqui trabalham a recibo verde, consigam deixar os Pirinéus, onde ficaram apeados sem gasolina.
Entretanto, Portugal lá vai jogando e ganhando no futebol e perdendo em qualidade de vida e em tudo o resto, inclusive perdemos agora o Scolari para o Chelsea e perdemos os dias fresquinhos substituídos por esta sensação de estar numa sauna durante 24 horas.
Quando no presente só nos resta chutar para o lado, porque somos bons é a chutar, basta ver que os melhores do mundo estão todos no Casal Ventoso, resta-nos recordar os bons momentos do passado, sem abdicar do futuro.
E depois de um começo acelerado, com dois posts diários - ainda que um exclusivamente pictorial -, o futuro deste blogue passa por se apresentar mais pausado, a partir da próxima semana.
Mas sempre com uma vontade indómita de assassinar saudades.
Este blogue volta para a semana, assim que os 27 guionistas que aqui trabalham a recibo verde, consigam deixar os Pirinéus, onde ficaram apeados sem gasolina.
Entretanto, Portugal lá vai jogando e ganhando no futebol e perdendo em qualidade de vida e em tudo o resto, inclusive perdemos agora o Scolari para o Chelsea e perdemos os dias fresquinhos substituídos por esta sensação de estar numa sauna durante 24 horas.
Quando no presente só nos resta chutar para o lado, porque somos bons é a chutar, basta ver que os melhores do mundo estão todos no Casal Ventoso, resta-nos recordar os bons momentos do passado, sem abdicar do futuro.
E depois de um começo acelerado, com dois posts diários - ainda que um exclusivamente pictorial -, o futuro deste blogue passa por se apresentar mais pausado, a partir da próxima semana.
Mas sempre com uma vontade indómita de assassinar saudades.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Tesourinhos Fascinantes - As Cassetes
Regresso ao Eldorado - Edição nº 40
Quem é que nunca gravou uma selecção de temas daqueles bem pirosos e peganhentos para conquistar uma miúda?
Possivelmente muitas das senhoras que estão a ler isto, mas, mesmo elas, não terão deixado de compilar os seus temas preferidos numa boa fita magnética.
Porque já houve um tempo em que era bom compilar e uma miúda cool era uma miúda que compilava. Hoje, uma miúda que compila é difícil de encontrar.
Foi por isso que o Ronaldo, do Brasil, foi ter com travestis.
Havia cassetes de ferro (duras para caramba), de crómio, de metal, ou até as que abafavam o ruído, o que foi importante para quem como eu foi ao ponto de usar um gravador de cassetes para gravar músicas da televisão, captando a campainha lá de casa, os carros a passar, ou até a buzina do padeiro.
Mas era da rádio que gravávamos a maior parte das músicas que compunham as nossas cassetes que eram depois catalogadas com requinte. Os mais organizadinhos, como eu, numeravam a lombada e até se atreviam a desenhar as capas.
A que desenhei para o "Thriller" de Michael Jackson estava ao nível daquilo que o meu sobrinho faz hoje na Escola Primária.
Mas eram os "Especiais Anos 80" que eu adorava gravar e etiquetar. Ainda estão lá para casa, numa improvisada prateleira no topo do armário onde estão guardadas as revistas de Walt Disney.
Na era dos downloads e música portátil em i-pods catitas, estou um passo atrás, usando e abusando dos cd´s que mataram as cassetes.
E não era muito complicado matar uma cassete.
Bastava agarrar-lhe na tripa magnética e esventrá-la com requintes de malvadez. Era um óptimo momento anti-stress desde que a cassete não fosse nossa, claro.
O pior era quando as caixinhas de música cometiam suicídio nas cabeças de leitura e gravação. Cheguei a ouvir com enlevo o Rod Stewart numa dessas situações e achar que o tipo, quando queria, ainda aprumava mais a rouquidão da sua voz, mas não, era uma cassete a ser engolida por uma aparelhagem com saudades de pôr gira-discos a tocar.
Era quando se arrancava a fita que arrancávamos os cabelos e isso aconteceu-me muitas vezes.
Havia quem preferisse mandar as fitas para a rua, proporcionando belos efeitos de Carnaval tóxico, graças às serpentinas magnéticas que se viam aqui e ali.
Sendo um homem da rádio, as cassetes tornaram-se também instrumentos de trabalho, na altura em que se gravavam rm's com as declarações dos entrevistados. Os rm's eram os registos magnéticos gravados, nos tempos da Rádio Voz, nas cassetes promocionais das Selecções do Reader's Digest onde António Sala anunciava "Sucessos Românticos".
O dedo mindinho aqui do JP, mais pequeno que uma pevide de abóbora, era o suficiente para alinhar a fita.
Como é que se fazia?
Colocava-se o dedo mindinho na bobine que tinha menos fita e rodava-se aquela pequena traquitana até deixar o início da fita a meio da superfície de leitura.
Foram os tempos aúreos do dedo mindinho.
Hoje dominam o dedo do meio esticado para gente que nos azucrina a paciência nas estradas e o polegar, o preferido das gerações mais jovens para jogar, enviar sms's ou pedir boleia.
Havia também, claro, as cassetes vídeo, esses enormes matrafolhos parecidos com tijolos e o maravilhoso walkman que possibilitou levar as cassetes para os nossos joggings, para os nossos passeios de bicicleta e até para os dias de teste na secundária.
Mas sobre estas velharias escreverei num outro dia.
Com o duplo deck da aparelhagem knockout e o auto-rádio do carro, idem, resta-me olhar para as velhas cassetes enfileiradas como se fossem guerreiros de terracota de outras batalhas.
No tears, no fears: the show must go on.
Quem é que nunca gravou uma selecção de temas daqueles bem pirosos e peganhentos para conquistar uma miúda?
Possivelmente muitas das senhoras que estão a ler isto, mas, mesmo elas, não terão deixado de compilar os seus temas preferidos numa boa fita magnética.
Porque já houve um tempo em que era bom compilar e uma miúda cool era uma miúda que compilava. Hoje, uma miúda que compila é difícil de encontrar.
Foi por isso que o Ronaldo, do Brasil, foi ter com travestis.
Havia cassetes de ferro (duras para caramba), de crómio, de metal, ou até as que abafavam o ruído, o que foi importante para quem como eu foi ao ponto de usar um gravador de cassetes para gravar músicas da televisão, captando a campainha lá de casa, os carros a passar, ou até a buzina do padeiro.
Mas era da rádio que gravávamos a maior parte das músicas que compunham as nossas cassetes que eram depois catalogadas com requinte. Os mais organizadinhos, como eu, numeravam a lombada e até se atreviam a desenhar as capas.
A que desenhei para o "Thriller" de Michael Jackson estava ao nível daquilo que o meu sobrinho faz hoje na Escola Primária.
Mas eram os "Especiais Anos 80" que eu adorava gravar e etiquetar. Ainda estão lá para casa, numa improvisada prateleira no topo do armário onde estão guardadas as revistas de Walt Disney.
Na era dos downloads e música portátil em i-pods catitas, estou um passo atrás, usando e abusando dos cd´s que mataram as cassetes.
E não era muito complicado matar uma cassete.
Bastava agarrar-lhe na tripa magnética e esventrá-la com requintes de malvadez. Era um óptimo momento anti-stress desde que a cassete não fosse nossa, claro.
O pior era quando as caixinhas de música cometiam suicídio nas cabeças de leitura e gravação. Cheguei a ouvir com enlevo o Rod Stewart numa dessas situações e achar que o tipo, quando queria, ainda aprumava mais a rouquidão da sua voz, mas não, era uma cassete a ser engolida por uma aparelhagem com saudades de pôr gira-discos a tocar.
Era quando se arrancava a fita que arrancávamos os cabelos e isso aconteceu-me muitas vezes.
Havia quem preferisse mandar as fitas para a rua, proporcionando belos efeitos de Carnaval tóxico, graças às serpentinas magnéticas que se viam aqui e ali.
info:A cassete foi inventada pela Philips e lançada oficialmente em 1963, sendo substituída gradualmente pelos cd´s ao longo dos anos 90. Tratava-se de uma fita magnética que passava por dois carretéis, sendo o mecanismo alojado numa caixa plástica usalmente com medidas 10cm X 7cm.
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Sendo um homem da rádio, as cassetes tornaram-se também instrumentos de trabalho, na altura em que se gravavam rm's com as declarações dos entrevistados. Os rm's eram os registos magnéticos gravados, nos tempos da Rádio Voz, nas cassetes promocionais das Selecções do Reader's Digest onde António Sala anunciava "Sucessos Românticos".
O dedo mindinho aqui do JP, mais pequeno que uma pevide de abóbora, era o suficiente para alinhar a fita.
Como é que se fazia?
Colocava-se o dedo mindinho na bobine que tinha menos fita e rodava-se aquela pequena traquitana até deixar o início da fita a meio da superfície de leitura.
Foram os tempos aúreos do dedo mindinho.
Hoje dominam o dedo do meio esticado para gente que nos azucrina a paciência nas estradas e o polegar, o preferido das gerações mais jovens para jogar, enviar sms's ou pedir boleia.
Havia também, claro, as cassetes vídeo, esses enormes matrafolhos parecidos com tijolos e o maravilhoso walkman que possibilitou levar as cassetes para os nossos joggings, para os nossos passeios de bicicleta e até para os dias de teste na secundária.
Mas sobre estas velharias escreverei num outro dia.
Com o duplo deck da aparelhagem knockout e o auto-rádio do carro, idem, resta-me olhar para as velhas cassetes enfileiradas como se fossem guerreiros de terracota de outras batalhas.
No tears, no fears: the show must go on.
Quarta-feira há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.
Venha comigo assassinar saudades.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Selecção de Portugal - Nº 1 : Cristiano Ronaldo
Regresso ao Eldorado - Edição nº 38
Glória aos predestinados escolhidos por desígnios divinos.
Cristiano Ronaldo, tal como previ em 2003, tornou-se o Melhor Jogador de Futebol da Actualidade e será, a médio prazo, mais uns cinco anos diria, o Melhor Jogador de Sempre do Futebol Português.
Ficará depois com a tarefa de se tornar uma lenda como Pelé, Maradona ou Cruijff.
Conheci quem tivesse conhecido Ronaldo no tempo em que ele era apenas um puto no lar dos jogadores do Sporting. Longe de casa, dos carinhos e da comida da mãe Dolores, só lhe interessava a bola. Hoje continua a viver e a respirar futebol, mas interessam-lhe também namoradas com grandes bolas.
Já lá vamos.
Debutou na equipa principal do Sporting aos 17 anos e resplandeceu no dia 06 de Agosto de 2003 na inauguração do estádio Alvalade XXI. O Manchester United estava do outro lado e logo tratou de levar o craque para Inglaterra. A partir daí tem sido vertiginosa a ascensão do craque português. O ano passado foi o terceiro melhor da Europa, este ano é indiscutivelmente o melhor e os títulos sucedem-se:
Em 2008, melhor marcador da Liga Inglesa, da Liga dos Campeões e de toda a Europa; melhor jogador de Inglaterra, campeão inglês e campeão europeu. Falta a cereja no topo do bolo, assim os outros "mininos" de Scolari puxem para o mesmo lado.
Jovem, bonito - o dinheiro ajudou a retocar o corpo -, extremamente rico e bem-sucedido, e tendo apenas 23 anos, estranho seria se a vida de Ronaldo fosse apenas futebol, sopinha ao jantar e deitar cedo.
Tendo bem presente o que "certos e determinados" vícios fizeram ao pai e ao irmão, não se conhecem aventuras do futuro nº 7 da selecção com álcool e drogas. Ainda bem para o "puto maravilha" que prefere "putas maravilhosas", chegando até a organizar orgias onde, diz-se, só observou e sabemos como se aprende muito quando se perscruta com interesse social, a interacção entre seres humanos despidos e cheios de vontade de... conviver.
Merche Romero foi uma namorada famosa, mas tem sido agora a tal Nereida Gallardo a principal responsável pela diminuição do número de árvores na Amazónia, tanto é o papel que a muy hermosa espanhola vende por esse mundo fora.
Não sei como é que o craque consegue alhear-se de tantos toplesses da namorada escarrapachados por centenas de revistas, potenciando milhões de pares de olhares gulosos, mas enfim, lá terá que encontrar uma maneira.
Amanhã começa o Europeu de Futebol e, num país cada vez mais deprimido atolado numa crise galopante, Ronaldo aparece quase como um Anti-Sócrates, brilha como o sol dos dias de esperança, contrapondo às luas do outro.
Portugal é hoje um pequeno Brasil até por isto, pela entrega a um desporto onde aparecemos como talentosos e que surge como derradeiro cuidado paliativo num país moribundo.
A expectativa é elevada e Cristiano Ronaldo é o porta-estandarte.
Que se concentre a fazer aquilo que sabe fazer melhor e deixe as Galhardias para mais tarde.
Glória aos predestinados escolhidos por desígnios divinos.
Cristiano Ronaldo, tal como previ em 2003, tornou-se o Melhor Jogador de Futebol da Actualidade e será, a médio prazo, mais uns cinco anos diria, o Melhor Jogador de Sempre do Futebol Português.
Ficará depois com a tarefa de se tornar uma lenda como Pelé, Maradona ou Cruijff.
Conheci quem tivesse conhecido Ronaldo no tempo em que ele era apenas um puto no lar dos jogadores do Sporting. Longe de casa, dos carinhos e da comida da mãe Dolores, só lhe interessava a bola. Hoje continua a viver e a respirar futebol, mas interessam-lhe também namoradas com grandes bolas.
Já lá vamos.
Debutou na equipa principal do Sporting aos 17 anos e resplandeceu no dia 06 de Agosto de 2003 na inauguração do estádio Alvalade XXI. O Manchester United estava do outro lado e logo tratou de levar o craque para Inglaterra. A partir daí tem sido vertiginosa a ascensão do craque português. O ano passado foi o terceiro melhor da Europa, este ano é indiscutivelmente o melhor e os títulos sucedem-se:
Em 2008, melhor marcador da Liga Inglesa, da Liga dos Campeões e de toda a Europa; melhor jogador de Inglaterra, campeão inglês e campeão europeu. Falta a cereja no topo do bolo, assim os outros "mininos" de Scolari puxem para o mesmo lado.
Info: Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, nasceu a 05 de Fevereiro de 1985. Jogou no Andorinha, no Nacional, no Sporting e no Manchester United. Venceu duas Ligas Inglesas, uma Liga dos Canpeões e uma Bota de Ouro e coleccionou várias distinções individuais. Marcou, até agora, 20 golos pela selecção nacional
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Jovem, bonito - o dinheiro ajudou a retocar o corpo -, extremamente rico e bem-sucedido, e tendo apenas 23 anos, estranho seria se a vida de Ronaldo fosse apenas futebol, sopinha ao jantar e deitar cedo.
Tendo bem presente o que "certos e determinados" vícios fizeram ao pai e ao irmão, não se conhecem aventuras do futuro nº 7 da selecção com álcool e drogas. Ainda bem para o "puto maravilha" que prefere "putas maravilhosas", chegando até a organizar orgias onde, diz-se, só observou e sabemos como se aprende muito quando se perscruta com interesse social, a interacção entre seres humanos despidos e cheios de vontade de... conviver.
Merche Romero foi uma namorada famosa, mas tem sido agora a tal Nereida Gallardo a principal responsável pela diminuição do número de árvores na Amazónia, tanto é o papel que a muy hermosa espanhola vende por esse mundo fora.
Não sei como é que o craque consegue alhear-se de tantos toplesses da namorada escarrapachados por centenas de revistas, potenciando milhões de pares de olhares gulosos, mas enfim, lá terá que encontrar uma maneira.
Amanhã começa o Europeu de Futebol e, num país cada vez mais deprimido atolado numa crise galopante, Ronaldo aparece quase como um Anti-Sócrates, brilha como o sol dos dias de esperança, contrapondo às luas do outro.
Portugal é hoje um pequeno Brasil até por isto, pela entrega a um desporto onde aparecemos como talentosos e que surge como derradeiro cuidado paliativo num país moribundo.
A expectativa é elevada e Cristiano Ronaldo é o porta-estandarte.
Que se concentre a fazer aquilo que sabe fazer melhor e deixe as Galhardias para mais tarde.
Segunda-feira há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.
Venha comigo assassinar saudades.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Selecção de Portugal - Nº 2 : Eusébio
Regresso ao Eldorado - Edição nº 36
Tenho sentimentos contraditórios por não ter visto Eusébio jogar em todo o seu esplendor.
Por um lado, lamento não ter nascido mais cedo para ver, com olhos de ver, a participação do mítico jogador no Mundial de 1966.
Por outro lado, isso significa que ainda sou "um jovem adulto", uma expressão que ficaria lindamente na National Geographic.
Aquele que muitos ainda consideram o melhor jogador de sempre made in Portugal, é afinal de contas, como se sabe, moçambicano, tal como hoje Deco e Pepe são brasileiros, Nani é de Cabo Verde ou Bosingwa do Congo.
Se quisesse ser definitivamente obtuso, ainda poderia acrescentar que o melhor marcador de sempre da equipa das quinas veio dos Açores e Cristiano Ronaldo da Madeira. Só para chegar à seguinte conclusão prenhe de bacoco regionalismo: Os melhores jogadores de futebol de Portugal Continental nasceram na Margem Sul.
Vale o que vale, sendo que numa conjuntura cada vez mais globalizante, não vale nada.
Eusébio, no tempo do futebol a preto e branco, ficou conhecido como "Pantera Negra", pela velocidade empregue nos lances, pela elegância com que se furtava aos adversários, pela agilidade quase felina e, acrescento eu, pela enervante falta de jeito para articular palavras que soem a alguma coisa.
Reza a história que, no primeiro jogo com a camisola encarnada, o moçambicano marcou quatro dos três golos com que o Benfica venceu o Atlético num jogo particular.
Mais tarde, ajudou a equipa das águias a sagrar-se Campeã Europeia, marcando dois golos ao colosso Real Madrid.
Nascia uma lenda do futebol europeu e mundial, que teve o seu momento de glória no célebre 5-3 com a Coreia do Norte.
Na foto acima, talvez a mais famosa do Pantera Negra, Eusébio vai buscar a bola ao fundo das redes coreanas para mais depressa apressar a reviravolta lusitana, num dos mais emocionantes jogos que a selecção realizou.
Involuntariamente usado como produto panfletário do regime de Salazar, Eusébio não pôde seguir carreira de sucesso nos maiores clubes da Europa, retirando àquele que foi durante décadas o recordista de golos pela selecção, a possibilidade de conquistar mais títulos europeus.
Um pouco por isso, e não por ser do Benfica, surge nesta lista no número 2 dos melhores de sempre e não, como tem sido consensual no primeiro lugar.
É que o número 1, ao que tudo indica, já é outro, 40 anos depois.
Tenho sentimentos contraditórios por não ter visto Eusébio jogar em todo o seu esplendor.
Por um lado, lamento não ter nascido mais cedo para ver, com olhos de ver, a participação do mítico jogador no Mundial de 1966.
Por outro lado, isso significa que ainda sou "um jovem adulto", uma expressão que ficaria lindamente na National Geographic.
Aquele que muitos ainda consideram o melhor jogador de sempre made in Portugal, é afinal de contas, como se sabe, moçambicano, tal como hoje Deco e Pepe são brasileiros, Nani é de Cabo Verde ou Bosingwa do Congo.
Se quisesse ser definitivamente obtuso, ainda poderia acrescentar que o melhor marcador de sempre da equipa das quinas veio dos Açores e Cristiano Ronaldo da Madeira. Só para chegar à seguinte conclusão prenhe de bacoco regionalismo: Os melhores jogadores de futebol de Portugal Continental nasceram na Margem Sul.
Vale o que vale, sendo que numa conjuntura cada vez mais globalizante, não vale nada.
Eusébio, no tempo do futebol a preto e branco, ficou conhecido como "Pantera Negra", pela velocidade empregue nos lances, pela elegância com que se furtava aos adversários, pela agilidade quase felina e, acrescento eu, pela enervante falta de jeito para articular palavras que soem a alguma coisa.
info: Eusébio da Silva Ferreira nasceu em Lourenço Marques a 25 de Janeiro de 1942.
Representou o Benfica desde 1961. No final da carreira jogou nos EUA e, em Portugal, no Beira Mar e no União de Tomar. Foi 11 vezes (!!) campeão nacional, conquistou cinco Taças de Honra, cinco Taças de Portugal, duas Taças dos Clubes Campeões Europeus, foi sete vezes o melhor marcador de Portugal, ganhou duas Botas de Ouro europeias e foi o melhor marcador do Mundial de 1966, com nove golos. Marcou 41 golos pela selecção nacional.
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Eusébio, ícone benfiquista com direito a estátua junto ao estádio, esteve quase, quase a ser do Sporting mas parece que, na altura, o Benfica ofereceu mais dinheiro.Representou o Benfica desde 1961. No final da carreira jogou nos EUA e, em Portugal, no Beira Mar e no União de Tomar. Foi 11 vezes (!!) campeão nacional, conquistou cinco Taças de Honra, cinco Taças de Portugal, duas Taças dos Clubes Campeões Europeus, foi sete vezes o melhor marcador de Portugal, ganhou duas Botas de Ouro europeias e foi o melhor marcador do Mundial de 1966, com nove golos. Marcou 41 golos pela selecção nacional.
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Reza a história que, no primeiro jogo com a camisola encarnada, o moçambicano marcou quatro dos três golos com que o Benfica venceu o Atlético num jogo particular.
Mais tarde, ajudou a equipa das águias a sagrar-se Campeã Europeia, marcando dois golos ao colosso Real Madrid.
Nascia uma lenda do futebol europeu e mundial, que teve o seu momento de glória no célebre 5-3 com a Coreia do Norte.
Na foto acima, talvez a mais famosa do Pantera Negra, Eusébio vai buscar a bola ao fundo das redes coreanas para mais depressa apressar a reviravolta lusitana, num dos mais emocionantes jogos que a selecção realizou.
Involuntariamente usado como produto panfletário do regime de Salazar, Eusébio não pôde seguir carreira de sucesso nos maiores clubes da Europa, retirando àquele que foi durante décadas o recordista de golos pela selecção, a possibilidade de conquistar mais títulos europeus.
Um pouco por isso, e não por ser do Benfica, surge nesta lista no número 2 dos melhores de sempre e não, como tem sido consensual no primeiro lugar.
É que o número 1, ao que tudo indica, já é outro, 40 anos depois.
Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.
Venha comigo assassinar saudades.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Selecção de Portugal - nº 3 : Figo
Regresso ao Eldorado - Edição nº 34
Era um jogador de perna gorda mas de finos movimentos, aquele que se via jogar lá em baixo.
Um dos mais evoluídos tecnicamente, entre os que vestiam a camisola dos juniores de Portugal que, naquele dia, se sagrariam bi-campeões mundiais de juniores.
Estávamos em 1991 e o antigo Estádio da Luz estava cheio como nunca.
Eu, o meu pai e o meu irmão fazíamos a enésima representação da peça "Sardinhas em Lata", uma eterna representação que nós, portugueses, gostamos de repor nos mais variados palcos, onde acorremos como cães com o cio.
Luís Figo tinha um penteado ridículo, à Maria Amélia, as tais pernas gordas, um jeito algo molengão, mas o talento estava lá. Hoje vive o acaso da carreira no Inter de Milão, mas para trás fica um currículo de sonho, tantas foram as conquistas nos melhores clubes da Europa.
info: Luís Filipe Madeira Caeiro Figo nasceu em Almada, a 04 de Novembro de 1972. Foi descoberto num clube de bairro, o Pastilhas, sendo depois contratado pelo Sporting. Jogou em Espanha no Barcelona e no Real Madrid, e em Itália no Inter de Milão. Foi eleito o Melhor do Mundo em2001.
Conquistou quatro campeonatos de Espanha, três de Itália, uma Taça de Portugal, duas Copas do Rei, uma Taça de Itália, duas Supertaças europeias, uma Taça das Taças, uma Liga dos Campeões , um Mundial de Clubes e um Mundial de Juniores.
Marcou 32 golos pela Selecção nacional.
No ano 2000, Figo trocou os bleu grenat pelos rivais do Real Madrid e foi quase o fim do mundo.
Chamaram-lhe pesetero e no regresso à Cidade Condal foi recebido com apupos e cabeças de porco lançadas para o relvado. E não, não havia batatas fritas a acompanhar.
Em 2005 foi para o Inter de Milão dando sequência ao ritmo de cinco anos por clube.
Figo está, por mérito próprio, na história do futebol português e também na história das conquistas masculinas porque fisgar uma Helen Svedin é equivalente, no mínimo, a quatro campeonatos do mundo consecutivos.
Não é preciso encharcar-me de cerveja para perguntar:
"Figo, a tua mulher é muita boa, não é?"
Era um jogador de perna gorda mas de finos movimentos, aquele que se via jogar lá em baixo.
Um dos mais evoluídos tecnicamente, entre os que vestiam a camisola dos juniores de Portugal que, naquele dia, se sagrariam bi-campeões mundiais de juniores.
Estávamos em 1991 e o antigo Estádio da Luz estava cheio como nunca.
Eu, o meu pai e o meu irmão fazíamos a enésima representação da peça "Sardinhas em Lata", uma eterna representação que nós, portugueses, gostamos de repor nos mais variados palcos, onde acorremos como cães com o cio.
Luís Figo tinha um penteado ridículo, à Maria Amélia, as tais pernas gordas, um jeito algo molengão, mas o talento estava lá. Hoje vive o acaso da carreira no Inter de Milão, mas para trás fica um currículo de sonho, tantas foram as conquistas nos melhores clubes da Europa.
info: Luís Filipe Madeira Caeiro Figo nasceu em Almada, a 04 de Novembro de 1972. Foi descoberto num clube de bairro, o Pastilhas, sendo depois contratado pelo Sporting. Jogou em Espanha no Barcelona e no Real Madrid, e em Itália no Inter de Milão. Foi eleito o Melhor do Mundo em2001.
Conquistou quatro campeonatos de Espanha, três de Itália, uma Taça de Portugal, duas Copas do Rei, uma Taça de Itália, duas Supertaças europeias, uma Taça das Taças, uma Liga dos Campeões , um Mundial de Clubes e um Mundial de Juniores.
Marcou 32 golos pela Selecção nacional.
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Depois de um aquecimento de motores no Sporting, Figo explodiu - até fisicamente - no Barcelona, o meu clube preferido além fronteiras. Tomara eu que todos os jogadores do Sporting saíssem para o Barça, que seria assim um Sporting de luxo. Mas não adianta ter redondas utopias quando o futebol é cada vez mais quadrado.No ano 2000, Figo trocou os bleu grenat pelos rivais do Real Madrid e foi quase o fim do mundo.
Chamaram-lhe pesetero e no regresso à Cidade Condal foi recebido com apupos e cabeças de porco lançadas para o relvado. E não, não havia batatas fritas a acompanhar.
Em 2005 foi para o Inter de Milão dando sequência ao ritmo de cinco anos por clube.
Figo está, por mérito próprio, na história do futebol português e também na história das conquistas masculinas porque fisgar uma Helen Svedin é equivalente, no mínimo, a quatro campeonatos do mundo consecutivos.
Não é preciso encharcar-me de cerveja para perguntar:
"Figo, a tua mulher é muita boa, não é?"
Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.
Venha comigo assassinar saudades.
terça-feira, 3 de junho de 2008
Selecção de Portugal - Nº 4 : Futre
Regresso ao Eldorado - Edição nº 32
O nome já diz tudo: é nome de craque, marca registada de fintas relâmpago, raides em excesso de velocidade, serpente genial e astuta à flor da relva.
Ainda ontem escrevia sobre Chalana, o 5º lugar deste top dos melhores futebolistas de sempre e hoje já se recorda aqui outro esquerdino ainda mais espectacular.
Se Chalana foi o primeiro produto futebolístico português a ser exportado, essa dimensão sobredimensionou-se com Paulo Futre.
Atlético Madrid, Marselha e Milan foram alguns dos clubes europeus que representou, em especial depois do show na final da Taça dos Campeões Europeus de 1987.
E foi também a primeira estrela nascida e criada nas escolas do Sporting.
Depois é o que se sabe: Figo, Simão, Quaresma e Ronaldo foram feitos na mesma fornalha.
E se, voltando a Chalana, houve oportunidade de o ver ao vivo e a cores na sala da minha avó, em relação a Futre tive o privilégio de o ver a jogar meia dúzia de metros à minha frente.
Estávamos no Montijo, no final dos anos 80 e o jogador português vivia ainda a glória de ter sido campeão europeu pelo F.C. Porto.
Havia grande agitação no ringue do Jardim do Montijo. As bancadas de pedra estavam repletas de olhares deliciados com o menino da terra, que jogava uma futebolada de final de época com alguns amigos.
Era nesse ringue que costumava almoçar uma sandes e um bolo, enquanto lia a extinta "Gazeta dos Desportos", comprada na papelaria do velho Salvador.
Estava lá a ler o jornal no dia seguinte ao da vitória portista sobre o Bayern de Munique, uma conquista épica que teve direito a slalons do menino de ouro e calcanhares mágicos.
Nesse dia fui portista e português com orgulho.
E estive naquelas bancadas muitas vezes, outras lá em baixo, jogando com amigos, na fase em que joguei melhor em toda a minha vida.
Mas nesse final de tarde de Junho, Futre concentrava atenções. Era efectivamente um prazer vê-lo jogar, mesmo que a brincar, porque todas as suas acções eram espectaculares.
O pior foi quando o vi mais tarde com a camisola do Benfica, e ainda a jogar bem, como na final da taça conquistada ao Boavista com um enorme 5-2.
Um menino formado no Sporting com a camisola encarnada? Escândalo na época, mas viria a acontecer já neste século com o Simãozinho.
Leões degenerados é o que eles são.
O nome já diz tudo: é nome de craque, marca registada de fintas relâmpago, raides em excesso de velocidade, serpente genial e astuta à flor da relva.
Ainda ontem escrevia sobre Chalana, o 5º lugar deste top dos melhores futebolistas de sempre e hoje já se recorda aqui outro esquerdino ainda mais espectacular.
Se Chalana foi o primeiro produto futebolístico português a ser exportado, essa dimensão sobredimensionou-se com Paulo Futre.
Atlético Madrid, Marselha e Milan foram alguns dos clubes europeus que representou, em especial depois do show na final da Taça dos Campeões Europeus de 1987.
E foi também a primeira estrela nascida e criada nas escolas do Sporting.
Depois é o que se sabe: Figo, Simão, Quaresma e Ronaldo foram feitos na mesma fornalha.
E se, voltando a Chalana, houve oportunidade de o ver ao vivo e a cores na sala da minha avó, em relação a Futre tive o privilégio de o ver a jogar meia dúzia de metros à minha frente.
Estávamos no Montijo, no final dos anos 80 e o jogador português vivia ainda a glória de ter sido campeão europeu pelo F.C. Porto.
Havia grande agitação no ringue do Jardim do Montijo. As bancadas de pedra estavam repletas de olhares deliciados com o menino da terra, que jogava uma futebolada de final de época com alguns amigos.
info: Paulo Jorge dos Santos Futre nasceu no Montijo a 28 de Fevereiro de 1966. Formou-se no Sporting, mas transferiu-se muito novo para o F.C. Porto, clube pelo qual foi campeão europeu de futebol. Representou a selecção de Portugal no Mundial de 1986.
Venceu duas ligas portuguesas, uma liga italiana, uma taça de Portugal, duas supertaças, duas Copas do Rei e, claro, uma Taça dos Clubes Campeões Europeus. Marcou 6 golos pela Selecção Nacional.
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Venceu duas ligas portuguesas, uma liga italiana, uma taça de Portugal, duas supertaças, duas Copas do Rei e, claro, uma Taça dos Clubes Campeões Europeus. Marcou 6 golos pela Selecção Nacional.
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Era nesse ringue que costumava almoçar uma sandes e um bolo, enquanto lia a extinta "Gazeta dos Desportos", comprada na papelaria do velho Salvador.
Estava lá a ler o jornal no dia seguinte ao da vitória portista sobre o Bayern de Munique, uma conquista épica que teve direito a slalons do menino de ouro e calcanhares mágicos.
Nesse dia fui portista e português com orgulho.
E estive naquelas bancadas muitas vezes, outras lá em baixo, jogando com amigos, na fase em que joguei melhor em toda a minha vida.
Mas nesse final de tarde de Junho, Futre concentrava atenções. Era efectivamente um prazer vê-lo jogar, mesmo que a brincar, porque todas as suas acções eram espectaculares.
O pior foi quando o vi mais tarde com a camisola do Benfica, e ainda a jogar bem, como na final da taça conquistada ao Boavista com um enorme 5-2.
Um menino formado no Sporting com a camisola encarnada? Escândalo na época, mas viria a acontecer já neste século com o Simãozinho.
Leões degenerados é o que eles são.
Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.
Venha comigo assassinar saudades.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Selecção de Portugal - Nº 5 : Chalana
Regresso ao Eldorado - Edição nº 30
A estrutura habitual deste blogue aparece alterada esta semana como forma de assinalar o Europeu de Futebol que começa no próximo sábado.
Assim, de hoje até sexta-feira, o "Regresso ao Eldorado" vai publicar o top 5 dos melhores futebolistas portugueses de sempre, um lote de luxo que desenhou magia nos relvados e encantou multidões.
A entremear este lote de cinco magníficos, os habituais postais de cidades lusitanas, sendo que, desta vez, a série estará directamente relacionada com o local de nascimento de cada artista do mundo da bola.
É por isso que começamos com um "Era uma vez... no Barreiro", publicado no post de baixo.
E não se afastem já aqueles e aquelas que não gostam de futebol, porque prometo manter uma linguagem acessível e humorada.
Hoje temos o nariz do Chalana e o homem que está por detrás da penca.
Eu cheguei a ver o Chalana ao vivo.
Não a jogar nos estádios, mas em casa da minha avó.
E isto porque o pequeno genial é primo da Cristina que foi casada com o meu tio Afonso.
Como se pode ver na foto publicada na rubrica "O Pequeno Johnny", Deus foi clemente e poupou-a ao vexame de ostentar um grande nariz como o primo que deliciou os adeptos do Benfica nas décadas de 70 e 80.
info: Fernando Albino Sousa Chalana nasceu no Barreiro, a 10 de Fevereiro de 1959. Representou o Benfica nas décadas de 70 e 80 e o Bordéus, após o Europeu de 1984 onde foi uma das figuras em destaque. Apesar do seu futebol genial só marcou dois golos com a camisola de Portugal. Mas ofereceu muitos para outros marcarem.
O nariz exuberante e logo abaixo um farfalhudo bigode a disfarçar o tamanho, foram algumas das imagens de marca do jogador do Barreiro que, pelas parecenças físicas com a personagem de b.d. Astérix, ficou também conhecido como "Chalanix".
Mas nos relvados era o valioso pé esquerdo de Chalana que encantava os adeptos e fazia desesperar os adversários.
O Europeu de 1984, em terras de França, foi o seu grande momento: Inúmeros slalons de fintas mirabolantes e assistências para golo levaram a equipa das quinas ao terceiro lugar.
Nesse ano, melhor do que ele, só Platini e Tigana.
O narigudo foi depois para o Bordéus e, com o dinheirinho, Fernando Santos, então presidente do Benfica, mandou concluir o terceiro anel do antigo Estádio da Luz.
Hoje está tudo feito em pó.
Ultimamente Chalana voltou a ser notícia por se ter tornado treinador do Benfica depois da saída de Camacho, mas não parece talhado para grandes feitos como técnico.
Nos relvados, com uma bola à frente dos pés, era diferente.
A estrutura habitual deste blogue aparece alterada esta semana como forma de assinalar o Europeu de Futebol que começa no próximo sábado.
Assim, de hoje até sexta-feira, o "Regresso ao Eldorado" vai publicar o top 5 dos melhores futebolistas portugueses de sempre, um lote de luxo que desenhou magia nos relvados e encantou multidões.
A entremear este lote de cinco magníficos, os habituais postais de cidades lusitanas, sendo que, desta vez, a série estará directamente relacionada com o local de nascimento de cada artista do mundo da bola.
É por isso que começamos com um "Era uma vez... no Barreiro", publicado no post de baixo.
E não se afastem já aqueles e aquelas que não gostam de futebol, porque prometo manter uma linguagem acessível e humorada.
Hoje temos o nariz do Chalana e o homem que está por detrás da penca.
Eu cheguei a ver o Chalana ao vivo.
Não a jogar nos estádios, mas em casa da minha avó.
E isto porque o pequeno genial é primo da Cristina que foi casada com o meu tio Afonso.
Como se pode ver na foto publicada na rubrica "O Pequeno Johnny", Deus foi clemente e poupou-a ao vexame de ostentar um grande nariz como o primo que deliciou os adeptos do Benfica nas décadas de 70 e 80.
info: Fernando Albino Sousa Chalana nasceu no Barreiro, a 10 de Fevereiro de 1959. Representou o Benfica nas décadas de 70 e 80 e o Bordéus, após o Europeu de 1984 onde foi uma das figuras em destaque. Apesar do seu futebol genial só marcou dois golos com a camisola de Portugal. Mas ofereceu muitos para outros marcarem.
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Mas nos relvados era o valioso pé esquerdo de Chalana que encantava os adeptos e fazia desesperar os adversários.
O Europeu de 1984, em terras de França, foi o seu grande momento: Inúmeros slalons de fintas mirabolantes e assistências para golo levaram a equipa das quinas ao terceiro lugar.
Nesse ano, melhor do que ele, só Platini e Tigana.
O narigudo foi depois para o Bordéus e, com o dinheirinho, Fernando Santos, então presidente do Benfica, mandou concluir o terceiro anel do antigo Estádio da Luz.
Hoje está tudo feito em pó.
Ultimamente Chalana voltou a ser notícia por se ter tornado treinador do Benfica depois da saída de Camacho, mas não parece talhado para grandes feitos como técnico.
Nos relvados, com uma bola à frente dos pés, era diferente.
Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.
Venha comigo assassinar saudades.
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