terça-feira, 3 de junho de 2008

Selecção de Portugal - Nº 4 : Futre

Regresso ao Eldorado - Edição nº 32

O nome já diz tudo: é nome de craque, marca registada de fintas relâmpago, raides em excesso de velocidade, serpente genial e astuta à flor da relva.
Ainda ontem escrevia sobre Chalana, o 5º lugar deste top dos melhores futebolistas de sempre e hoje já se recorda aqui outro esquerdino ainda mais espectacular.

Se Chalana foi o primeiro produto futebolístico português a ser exportado, essa dimensão sobredimensionou-se com Paulo Futre.
Atlético Madrid, Marselha e Milan foram alguns dos clubes europeus que representou, em especial depois do show na final da Taça dos Campeões Europeus de 1987.
E foi também a primeira estrela nascida e criada nas escolas do Sporting.
Depois é o que se sabe: Figo, Simão, Quaresma e Ronaldo foram feitos na mesma fornalha.

E se, voltando a Chalana, houve oportunidade de o ver ao vivo e a cores na sala da minha avó, em relação a Futre tive o privilégio de o ver a jogar meia dúzia de metros à minha frente.
Estávamos no Montijo, no final dos anos 80 e o jogador português vivia ainda a glória de ter sido campeão europeu pelo F.C. Porto.
Havia grande agitação no ringue do Jardim do Montijo. As bancadas de pedra estavam repletas de olhares deliciados com o menino da terra, que jogava uma futebolada de final de época com alguns amigos.
info: Paulo Jorge dos Santos Futre nasceu no Montijo a 28 de Fevereiro de 1966. Formou-se no Sporting, mas transferiu-se muito novo para o F.C. Porto, clube pelo qual foi campeão europeu de futebol. Representou a selecção de Portugal no Mundial de 1986.
Venceu duas ligas portuguesas, uma liga italiana, uma taça de Portugal, duas supertaças, duas Copas do Rei e, claro, uma Taça dos Clubes Campeões Europeus. Marcou 6 golos pela Selecção Nacional.

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Era nesse ringue que costumava almoçar uma sandes e um bolo, enquanto lia a extinta "Gazeta dos Desportos", comprada na papelaria do velho Salvador.
Estava lá a ler o jornal no dia seguinte ao da vitória portista sobre o Bayern de Munique, uma conquista épica que teve direito a slalons do menino de ouro e calcanhares mágicos.
Nesse dia fui portista e português com orgulho.
E estive naquelas bancadas muitas vezes, outras lá em baixo, jogando com amigos, na fase em que joguei melhor em toda a minha vida.

Mas nesse final de tarde de Junho, Futre concentrava atenções. Era efectivamente um prazer vê-lo jogar, mesmo que a brincar, porque todas as suas acções eram espectaculares.

O pior foi quando o vi mais tarde com a camisola do Benfica, e ainda a jogar bem, como na final da taça conquistada ao Boavista com um enorme 5-2.
Um menino formado no Sporting com a camisola encarnada? Escândalo na época, mas viria a acontecer já neste século com o Simãozinho.
Leões degenerados é o que eles são.

Amanhã há nova viagem na máquina do tempo.
Venha comigo assassinar saudades.

Um comentário:

N.M disse...

Aquela camisola vermelha ficava-lhe tão bem!!!! lol
Outro dos grande de portugal...
abraço