Olá, caros amigos!
Antes do mais tenho que agradecer a todos os que contribuíram para que este blogue chegue ao primeiro milhar de visitantes.
Serão muitos mais nos próximos tempos, espero.
Até porque em breve vai ser sorteado um presunto de Chaves e um guarda-chuva que já foi utilizado pela prima de uma vizinha do Pedro Santana Lopes.
As memórias que recupero hoje foram tabu até há bem pouco tempo.
Como quase todos os homens deste mundo tive a minha fase travesti.
Aconteceu uma única vez por volta dos meus três aninhos, isto se considerar irrelevante dois anos na adolescência em que experimentei lindos conjuntos de lingerie, ai, ai...
Quanto ao momento abaixo retratado, aconteceu por volta de 1973, 1974.
Vestido com uma espécie de... unn... vestidinho curto, uns sapatinhos ortopédicos que mais parecem umas sabrinas, meias branquinhas puxadas bem para cima, como se fossem collants e com um cabelinho comprido e sedoso, eis o pequeno Johnny transformado em princesinha da classe média!
Esta linda menina de pernoca bem aberta na varanda do seu 3º direito, e que por pouco não seguia o exemplo do filho do Nené, hoje Filipa Gonçalves, contentava-se a brincar com... molas de roupa!!
E diz a lenda que permanecia assim, entretido com tão pouco, horas a fio, podendo até os meus pais ausentarem-se para um fim de semana em Benidorm que, quando viessem, lá estaria eu na mesmíssima posição, embora mais sub-nutrido e mijado e cagado pelas perninhas abaixo...
Visse eu hoje na internet uma fotografia de uma boazona, de vinte e poucos anos, nestes preparos e uivaria de imediato. Até faria download da imagem e faria correr nos e-mails de javardolas assanhados como eu.
Acontece que quem está na foto sou eu, com menos de quatro anos de idade.
Assim sendo, há que dizer aos nojentos pedófilos que têm estado a ler isto de braguilha desabotoada, que o menino/princesinha da foto cresceu, tem 37 anos e só frequenta o Parque Eduardo VII por alturas da Feira do Livro e mesmo assim, raras vezes.
info:A varanda é normalmente entendida como a parte de uma casa que estabelece uma transição gradual entre os espaços internos e os espaços externos (diz a wikipedia). No meu caso, a transição para o espaço externo, o passeio lá em baixo, é tudo menos gradual e algumas molas de roupa já não estão cá para contar.
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Mas chega de falar de gajas boas, isto é, de mim.
Que tal um bocadinho de História de Varandas Lusitanas dos finais do Século XX?
Não? Está bem.
Pois a varanda que veem ali acima tornou-se, literalmente, uma homenagem aos Jardins Suspensos da Babilónia, à Natividade Cristã e à Pátria Portuguesa, consoante a época do ano.
No Natal, "papai e mamãe" esmeram-se em enfeites natalindos, uma profusão de luzinhas que acendem e apaguem para lembrar a todos que a família Cardoso celebra o Natal como ninguém mas que, no fundo, gostariam sim de gerir uma casa de alterne cheia de brasileiras de bundas empinadas.
Em tempo de campeonatos da Europa e do Mundo em futebol, a varanda é engalanada com uma mega-bandeira portuguesa -culpa do Scolari - o que tem confundido muitos turistas que julgam que é ali o Palácio de Belém.
Ainda ontem recebi duas dezenas de japoneses e chineses de máquina fotográfica que, em vão, procuraram o Plesidente Cavaco debaixo da mesa da cozinha, atrás do móvel da sala e até dentro da sanita.
Aproveitei para puxar o autoclismo, porque sempre são alguns a menos neste mundo, caso as enchentes e os terramotos não cumpram o seu papel.
Enfim, para que conste, no início dos anos 70, a varanda não era tão kitsch, se nos esquecermos, por um momento, daquela boneca que ali deixaram plantada.
Foram os dias em que eu era princesinha.
5 comentários:
Sem tempo para comentários, venho apenas deixar um beijinho de despedida, já que vou amanhã de férias, por 2 semanas.
Amanhã publicarei um post, o último desta fase.
Se quiser e puder...vá lá ver.
Quando regressar farei uma visita
Tudo de bom.
Beijinhos
Mariazita
Mariazita:
Votos de boas férias.
Serão merecidas, concerteza.
Beijos.
Caro jovem,
confesso que fiquei chocado com a imagem aqui exibida.
não pelas mariquices que tanto empolaste mas mais pelo aspecto de mau tratos que a figura nos transmite.
digamos que... parece que foste atirado para dentro de um tanque daqueles de lavar a roupa, antigos, e que verteste uns sólidos de origem desconhecida por entre as pernas.
julgo que esta impressão cataclismica suplanta os teus queixumes sexuais.
mas a fotografia até tá fixe.
Aquele abraço... à distância.
:D
Paulo Cristo:
Sim, confesso! Era muito mal-tratado na mais infame das infâncias!
Será que conseguirei alguma indemnização em tribunal?
Um abraço.
Tinha saudades de ler-te, JP!
Já sei... problema meu, que já não passava por aqui há algum tempo...
Mas pronto, cheguei mesmo a tempo de conhecer o teu triste passado de Lolita...
Já verti uma ou duas lágrimas, como convém.
Beijos
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